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Por Redação O Sul | 13 de junho de 2017
Depois de o Ministério Público da Espanha ter apresentado nesta terça-feira uma denúncia contra Cristiano Ronaldo, acusado de fraudar 14,7 milhões de euros (aproximadamente 52 milhões de reais) em impostos, o advogado do jogador do Real Madrid, Antonio Lobo Xavier, afirmou que o seu cliente recebeu a notícia com “total surpresa” e que se sente “prejudicado” neste caso que inevitavelmente abala a sua imagem fora dos gramados.
Em entrevista para o canal de TV português SIC Noticias, o representante do astro garantiu que o atleta sempre cumpriu com as suas obrigações fiscais, embora o Ministério Público da Espanha acuse o atacante, por meio da procuradoria de Madri, de ter cometido “quatro delitos contra a Receita cometidos entre os anos de 2011 e 2014”, totalizando no período “uma fraude tributária de 14,7 milhões de euros”.
“Estas informações são uma total surpresa para o jogador, que se sente prejudicado, o que me confere uma responsabilidade especial. E é um prazer assumir em seu nome esta sensação de tristeza e injustiça”, afirmou Antonio Lobo Xavier, que fez questão de ressaltar que o caso envolvendo o seu cliente é diferente do ocorrido com Lionel Messi, condenado recentemente a 21 meses de prisão em regime aberto por sonegar 4,16 milhões de euros (cerca de 15 milhões de reais) em direitos de imagem, entre 2007 e 2009.
“Não reconheço uma evasão de impostos. O caso de Messi e de outros jogadores acusados por este mesmo assunto é completamente diferente, porque eles não declararam nada, enquanto Cristiano, sim, declarou (os impostos)”, defendeu o advogado.
A procuradoria da Madri acredita que Cristiano Ronaldo utilizou “uma estrutura corporativa criada em 2010 para esconder do fisco as rendas oriundas dos direitos de imagem na Espanha, algo que supõe uma violação ‘voluntária’ e ‘consciente’ de suas obrigações fiscais”. Antonio Lobo Xavier, entretanto, apontou que o astro declarou seus direitos de imagem em 2014, assim como o fez nos três anos seguintes, e assegurou que o astro não tentou “esconder nada” do fisco espanhol.
De acordo com a acusação do Ministério Público da Espanha, Cristiano Ronaldo teria simulado, por meio de um contrato assinado em junho de 2009, ceder seus direitos de imagem a uma empresa com sede nas Ilhas Virgens Britânicas e da qual era o único sócio. Esta empresa, por sua vez, teria cedido os direitos a outra empresa com sede na Irlanda e com nome de Multisports&Image Management LTD., que de fato dedicou-se à gestão e exploração dos direitos de imagem do jogador.
A procuradoria espanhola considera que a primeira cessão “tinha como única finalidade a interposição de uma tela para ocultar” do fisco espanhol “a totalidade das receitas obtidas pelo denunciado pela exploração de sua imagem”.
A denúncia contra o atacante acontece justamente na melhor fase da carreira do jogador, que no ano passado foi campeão da Eurocopa pela seleção portuguesa e em 2017 ajudou de forma decisiva o Real Madrid a conquistar pelo segundo ano seguido o título da Liga dos Campeões.
Em meio a todo esse escândalo, Cristiano Ronaldo se prepara para defender Portugal na Copa das Confederações. A estreia lusitana na competição ocorrerá neste domingo, ao meio-dia, contra o México, na cidade de Kazan (Rússia).