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Brasil Delegado teme interferência do governo na Polícia Federal

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Edvandir Felix de Paiva disse que há risco de combate à corrupção ser enfraquecido. (Foto: Divulgação/ADPF)

O delegado Edvandir Felix de Paiva assumiu a presidência da ADPF (Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal) no primeiro dia de dezembro passado e não demorou a conviver com crises: Fernando Segovia foi exonerado do cargo de diretor-geral da PF (Polícia Federal), posto assumido por Rogério Galloro. Além disso, a PF, antes vinculada ao Ministério da Justiça, hoje está atrelada ao recém-criado Ministério da Segurança Pública.

Felix de Paiva ressalta que o escopo de atuação da PF vai muito além da área da segurança pública. “A Polícia Federal é um órgão com vocação para fazer investigações de corrupção, de crimes de colarinho branco, das grandes organizações criminosas. Então a gente fica com a preocupação que esse orçamento da Polícia Federal seja direcionado só para as situações mais ligadas à segurança pública e o lado do combate à corrupção e ao crime de colarinho branco fique esquecido”, disse, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.

O presidente da ADPF também se apontou estar preocupado com declarações emitidas por nomes de destaque do governo. “O ministro Carlos Marun [Secretaria de Governo] deu uma declaração dizendo que o problema da segurança pública no Brasil é que o Ministério Público e a Polícia Federal tinham ido correr atrás de corrupção em vez de correr atrás de bandidos. Essa é uma declaração muito grave, que nos preocupa muito”, ponderou o delegado.

Na avaliação de Felix de Paiva, há sinais de que pode ocorrer interferência no trabalho da polícia. “Juntando os sinais que recebemos, a gente está percebendo que pode ocorrer [um direcionamento do trabalho]. Não estou dizendo que o ministro Raul Jungmann [da Segurança Pública] vá fazer isso. O que me preocupa é ele poder fazer isso e os sinais que o governo vem emitindo”, afirmou o delegado.

Planejamento para a área

Recentemente, durante sessão temática do Senado para debater a segurança pública, Edvandir Félix de Paiva destacou a importância do recém-criado Ministério da Segurança Pública realizar um planejamento de longo prazo para o setor, que envolva, além das polícias, também o Judiciário, o Ministério Público e o sistema penitenciário.

O presidente da ADPF alertou que as organizações policiais, inclusive a Polícia Federal, estão “sucateadas” na sua estrutura, sem recursos ou pessoal suficientes para desenvolverem à plenitude o seu trabalho. Ele afirmou que um aprimoramento do “arroz com feijão”, antes mesmo de iniciativas mais ambiciosas, já poderia contribuir para resolver parte dos problemas atuais na segurança pública.

Félix de Paiva também ponderou que uma ação federal conjunta dos órgãos de segurança é positiva, desde que cada um tenha o seu lugar bem delimitado. “ A coordenação entre polícias é uma necessidade, mas isso significa cada um dos órgãos exercer as suas atribuições coordenadamente. Não significa sobreposição de atribuições nem canibalização de competências. Se não houver essa segurança, não haverá confiança para o sucesso do trabalho.”

 

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