Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 20 de fevereiro de 2016
A batalha entre a Apple e as autoridades judiciais e polícia dos Estados Unidos sobre o desbloqueio do smartphone de um terrorista é a culminação de uma lenta virada de posição entre o setor de tecnologia e o governo do país. Depois das revelações de Edward Snowden, antigo prestador de serviços à agência nacional de segurança norte-americana, de que o governo tanto mantinha relacionamento aconchegante com certas empresas de tecnologia quanto invadia as redes de outras delas a fim de conquistar acesso a dados privados em escala enorme, os gigantes da tecnologia começaram a encarar o governo americano como agente hostil.
Mas se o confronto se cristalizou nessa mais recente batalha, ele talvez já esteja a caminho de uma conclusão previsível: em longo prazo, as companhias estão destinadas a emergir vitoriosas. No momento, pode não parecer que seja esse o caso. De um lado, temos o poderoso aparelho judicial e de segurança do governo americano lutando por acesso a dados do tipo que mais desperta simpatia de parte do público quanto a esse tipo de solicitação: os segredos sepultados no telefone de um homicida múltiplo. As ações derivam de liminar de um tribunal federal, dispondo que a Apple ajude o FBI (a polícia federal dos EUA) a desbloquear um iPhone usado por um dos atacantes responsáveis pela morte de 14 pessoas em San Bernardino, Califórnia.