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Por Redação O Sul | 26 de dezembro de 2016
O número de desempregados aumentou em mais de 2 milhões neste ano, chegando a 12 milhões de brasileiros. Para 2017, a expectativa é de que o mercado de trabalho possa melhorar a partir do segundo semestre. Analistas destacam, entretanto, que a taxa de desemprego ainda tende a subir mais antes de começar a cair.
A expectativa do governo e da maior parte do mercado é de que o País saia da recessão no ano que vem e que o número de contratações volte a superar o de demissões. O ano de 2017, entretanto, deverá ser mais de estabilização do que de recuperação, com uma geração de empregos ainda insuficiente para derrubar a taxa de desemprego.
“No final do ano, as empresas costumam contratar mais. Então não dá para dizer que o desemprego está estável. Se considerarmos o ajuste sazonal, continua subindo”, diz o economista Luiz Castelli. Para ele, o desemprego ainda pode continuar subindo até o terceiro trimestre do ano que vem.
Perspectivas para recuperação
Projeções com base nas estimativas do mercado para o PIB (Produto Interno Bruto) apontam que só a partir de 2020 ou 2021 o Brasil deverá recuperar o nível de estoque de empregos formais que tinha no final de 2014, quando o País vivia uma situação considerada de quase pleno emprego.
“Para o mercado de trabalho, 2017 ainda será um pouco pior. Vai ter gente ainda entrando na força de trabalho e a criação de vagas ainda vai ser insuficiente para absorver todo o contingente que está sem trabalho”, explica Castelli.
Entre os setores, ainda há divergências sobre qual setor sairá na frente na criação de novas vagas. Em tese, a indústria tenderia a voltar a contratar primeiro, uma vez que foi a primeira a começar a demitir, mas o alto nível de ociosidade e a produção vacilante colocam em dúvida uma reversão do quadro nos próximos meses.
O comércio foi o que mais demitiu no ano. Das 751 mil vagas formais eliminadas no acumulado até outubro, 247 mil foram no comércio. Na sequência, estão construção civil (-225 mil vagas), indústria (-142,5 mil) e serviços (-199 mil). A agricultura e a administração pública foram os únicos setores que criaram novos postos em 2016, com um saldo de 61 mil e 15 mil, respectivamente.
Pessoas desistiram de procurar trabalho
A taxa de desemprego no Brasil só não é maior porque também aumentou o número de pessoas que desistiram de procurar emprego em razão da dificuldade de encontrar uma vaga e estão no chamado desalento. Para ser considerado desempregado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), é preciso procurar emprego nos últimos 30 dias.
Segundo o IBGE, considerando o desalento e os trabalhadores subutilizados, falta trabalho atualmente para cerca de 23 milhões de brasileiros. “A taxa de desemprego é tão alta , a queda de renda é tão pronunciada e a perspectiva de encontrar uma vaga é tão reduzida que a pessoa acaba desistindo de procurar”, afirma o analista Rafael Bacciotti. (AG)