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Brasil Doleiro da Operação Lava-Jato consegue a liberdade, mas agora precisa pagar 1 bilhão de reais em dívidas que possui

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Doleiro, que foi alvo da primeira fase da operação, fez acordo de delação premiada (Foto: AE)

No dia em que a Operação Lava-Jato completa três anos, o doleiro Alberto Youssef termina de cumprir a pena e ganha a liberdade. Mas carrega consigo uma dívida bilionária com a Receita. Youssef e suas empresas foram autuados em pouco mais de R$ 1bilhão por sonegação fiscal. É pouco mais de um décimo do total de autuações que a Receita Federal emitiu na Lava Jato: R$ 10,7 bilhões até aqui.

Nesta sexta-feira (17), ele deve tirar a tornozeleira eletrônica que o acompanhou nos últimos quatro meses. A data da retirada foi prevista na decisão em que o juiz federal Sérgio Moro autorizou a mudança de regime de prisão do doleiro de fechado para domiciliar.

Na carceragem da PF (Polícia Federal) em Curitiba (PR), Youssef ficou por dois anos e oito meses. A saída ocorreu em novembro. Com a autorização de Moro, na PF o doleiro teve à disposição um celular, que poderia ser usado apenas para ligações de emergência. Ele também foi submetido a restrições de visitas: apenas os advogados e pessoas previamente cadastradas poderiam se encontrar com ele.

Embora já tenha sido condenado por crimes cujas penas somam 117 anos de cadeia, Youssef deixa a prisão graças a um acordo de delação premiada. Ele foi um dos primeiros delatores da Operação Lava-Jato. Nos depoimentos que prestou à Justiça, ele detalhou, entre outras coisas, as relações espúrias entre parte da classe política, empreiteiras e diretores da Petrobras.

O doleiro chegou a ser considerado pelos investigadores como o chefe do esquema de desvios. Mais tarde, porém, descobriu-se que ele era apenas um dos muitos operadores financeiros que atuavam na lavagem dos recursos ilícitos de propina.

Caso Banestado

Youssef tem consigo uma longa lista de crimes, que vão além da mera participação na lavagem de dinheiro da Lava-Jato. De acordo com arquivos policiais, ele começou a “carreira” fora da lei ainda quando adolescente. O doleiro chegou a ser detido, junto com a mãe dele, levando contrabando do Paraguai para Londrina, no Norte do Paraná, onde ele nasceu.

Já adulto, o sacoleiro começou a atuar como doleiro no Paraná. Em 2003, ele foi preso por atuar na lavagem de dinheiro promovida por diretores do Banestado (Banco do Estado do Paraná). A fraude era, até a deflagração da Lava-Jato, o maior caso de corrupção já descoberto no País. Estima-se que o prejuízo aos cofres públicos tenha sido de R$ 1 bilhão.

Em 2005, Youssef decidiu colaborar com a Justiça pela primeira vez. O acordo de delação firmado à época foi o primeiro realizado no País e serviu como base para a lei sancionada pela ex-presidente Dilma Rousseff, em 2013, que regulamenta os atuais acordos da Lava-Jato.

Em troca das penas relacionadas ao caso Banestado, o doleiro entregou os nomes de diversas pessoas envolvidas na fraude e também os caminhos para que o dinheiro pudesse ser rastreado. Curiosamente, o juiz que cuidou dos processos do caso Banestado também era Sérgio Moro. (AG)

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