Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 31 de março de 2017
Em carta divulgada por interlocutores após ser avisado da sua condenação a 15 anos e quatro meses de prisão pelo juiz Sérgio Moro na Operação Lava-Jato, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB) afirmou que a sentença é política “visando a tentar evitar a apreciação de meu habeas corpus no STF, para que ele possa me manter como seu troféu em Curitiba”.
Escrita a mão pelo parlamentar, que está detido no Complexo Médico Penal, em Pinhais (PR), a carta afirma que Moro “quer se transformar em um justiceiro político, não tem qualquer condição de julgar qualquer ação contra mim pela sua parcialidade e motivação política”.
O ex-parlamentar criticou também a velocidade do juiz da Lava-Jato para proferir a sentença, dois dias depois de sua defesa apresentar as alegações finais, os últimos argumentos no processo. “A decisão, além de absurda e sem qualquer prova válida, jamais poderia ser dada 48 horas após as alegações finais.”
Cunha ainda chega a afirmar que a sentença foi dada “antes dos demais réus terem sequer apresentado as suas alegações finais na ação”. Nesta ação penal, contudo, o peemedebista é o único réu. Ele ainda reiterou que já entrou com ação arguindo a suspeição de Moro “por vários motivos já divulgados” e que agora tem o “agravante” com essa decisão “mostrando que a sentença já estava pronta”, segue o ex-parlamentar. “Essa decisão não se manterá nos tribunais superiores, até porque contém nulidades insuperáveis”, afirmou. (AE)