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Política Em delação, o ex-deputado Eduardo Cunha promete entregar a cabeça de Michel Temer

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Em pelo menos dez dos 130 capítulos de sua proposta de delação, o ex-deputado se dispõe a narrar histórias que mostram que o presidente sabia de tudo. (Foto: Reprodução)

Se no Congresso Nacional a base aliada de Michel Temer ameaça debandar, fora de lá o presidente está em vias de sofrer outro duro baque. Preso há quase nove meses em Curitiba, o notório Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados e conhecido operador dos esquemas de corrupção do PMDB, negocia com o Ministério Público os termos de um acordo de delação premiada que promete selar o destino do presidente.

Na negociação com a Lava-Jato, Cunha prometeu entregar a cabeça de Temer: em pelo menos dez dos 130 capítulos de sua proposta de delação, o ex-deputado se dispõe a narrar histórias que mostram que o presidente não só sabia dos esquemas de corrupção montados no coração do governo nos anos Lula e Dilma como tinha poder de mando sobre eles, além de se beneficiar diretamente das propinas pagas por empresas parceiras do PMDB.

O acordo, que nos próximos dias entrará na fase decisiva de negociação, é visto pela Procuradoria-Geral da República como peça importante para compor as investigações das quais o presidente é alvo. No entender dos investigadores, como partícipe privilegiado da máquina de corrupção montada pelo PMDB no governo federal durante os anos de sociedade do partido com o PT, Cunha tem condições de trazer à luz elementos que possam ajudar a esquadrinhar a cadeia de comando do esquema.

Os representantes do ex-deputado já informaram aos auxiliares de Janot que, além dos relatos que complicam a situação de Temer, ele promete aniquilar os dois ministros mais próximos do presidente: Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência). “Ele acaba com o Temer, com Padilha e com o Moreira”, disse, sob a condição de anonimato, um interlocutor de Cunha que participa das tratativas.

Em breve, a Procuradoria-Geral da República apresentará duas novas denúncias contra Temer e seus aliados mais próximos. Uma delas, pelo crime de organização criminosa, fará parte de um pacote mais amplo – a ideia do gabinete de Janot é, ao mesmo tempo, apresentar denúncias similares contra “organizações criminosas” formadas por dirigentes de outros partidos, como o PT e o PP, que nos últimos anos, em aliança com o PMDB, ganharam propinas milionárias em troca de favores prestados a empresas.

O ex-presidente da Câmara promete detalhar, por exemplo, os bastidores da liberação de recursos para uma concessionária Via Rondon, uma das empresas da família Constantino, fundadora da companhia aérea Gol. De acordo com Cunha, a empresa bancou campanhas de políticos do PMDB em troca da decisão, que permitiu o financiamento. Tudo isso, segundo ele, com aval de Temer.

A delação de Cunha ganha retoques finais e deve afetar a Presidência em seu momento mais conturbado. Isso porque a PGR denunciou Temer por corrupção passiva, com base na delação do empresário Joesley Batista. Segundo o dono da JBS, o presidente tem sido conivente com a compra do silêncio de Cunha. A denúncia tramita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, que deve votar a continuidade do processo na próxima semana.

As recentes prisões de aliados também agravam a crise na gestão de Temer. Entre elas, a do ex-assessor especial do Palácio do Planalto e ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), por corrupção. O “homem da mala” foi flagrado com R$ 500 mil em espécie. Hoje, responde em liberdade, graças à decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin na semana passada.

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