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Brasil Em transmissão ao vivo no Espírito Santo, um repórter foi ameaçado de morte por criminosos

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O repórter falava da capital Vitória em uma entrada ao vivo no programa Cidade Alerta. (Foto: Reprodução)

Uma equipe da Record TV no Espírito Santo foi ameaçada por supostos criminosos enquanto fazia uma entrada ao vivo no programa Cidade Alerta na noite de quinta-feira (30).

O repórter falava da capital Vitória, num bairro que havia sido palco de confronto entre bandidos e policiais horas antes —foram apreendidas drogas e munições. Enquanto o repórter começava a relatar a ação policial para o apresentador, um carro em alta velocidade encostou ao lado dele.

Eles disseram que iriam “matar todo mundo” e ordenaram que a equipe desligasse a câmera. O repórter, muito nervoso, disse que eles iriam desligar e, então, a transmissão foi interrompida.

Nesta sexta-feira, os repórteres da afiliada da Record TV surgiram nos telejornais vestidos de branco, em protesto.

No dia 6 de maio, a mesma emissora foi alvo de ataques de bandidos enquanto cobria uma operação policial também em Vitória. Criminosos atearam fogo no carro de reportagem. Tudo também foi mostrado ao vivo durante uma edição do Balanço Geral.

Em comunicado, a emissora disse que os profissionais – repórter e cinegrafista – estão bem e que as devidas providências já estão sendo tomadas.

O Sindijornalistas (Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Espírito Santo) e a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) disseram tratar-se de mais um ataque inadmissível ao trabalho da imprensa por grupos armados que ocupam comunidades.

“Nossas entidades exigem do governo do Estado segurança de trabalho para os jornalistas e também para os moradores dessas regiões. É inaceitável que este tipo de ocorrência tenham se tornado uma prática, visto que recentemente um veículo da mesma emissora foi incendiado na mesma região”, diz o comunicado.

A Secretaria de Estado da Segurança Pública disse que o setor de inteligência já iniciou o levantamento das informações para auxiliar na investigação para identificar suspeitos, que se aproveitaram da presença policial concentrada na parte alta do morro, para cometer o crime nas vias de acesso.

Aumento de ameaças

Graves violações contra comunicadores, como jornalistas, radialistas e blogueiros, aumentaram cerca de 30% em 2018 se comparado com o ano anterior no Brasil, de acordo com relatório divulgado pela organização internacional Artigo 19.

Segundo o estudo “Violações à liberdade de expressão”, foram registrados 35 graves violações, sendo 26 ameaças de morte, quatro homicídios, quatro tentativas de homicídio e um sequestro no ano passado. Em 2017, a Artigo 19 registrou 27 casos.

O ano de 2018 repetiu o número registrado em 2012 e 2015, anos com a maior quantidade de casos. É a sétima vez que a organização publica esse relatório. A Artigo 19 é uma organização internacional de direitos humanos que atua na defesa e promoção da liberdade de expressão e do acesso à informação pública.

As informações apuradas no relatório dizem respeito somente às graves ocorrências. No entanto, também são monitoradas outras formas menos graves de violações, que servem de subsídio para o levantamento.

Segundo o estudo, o ano de 2018 foi internacionalmente reconhecido como violento para jornalistas. No Brasil, o perfil mais vulnerável é o do comunicador que atua em cidades pequenas, 19 casos (54%).

Os jornalistas foram os mais atingidos por graves violações em 2018, correspondendo a 17 casos (49%), sendo a maioria dos casos de ameaças de morte, em 14 ocorrências. Em segundo lugar, aparecem os radialistas, com 12 casos (34%), o maior número já registrado pela Artigo 19 de violações contra essa categoria.

Dos quatro assassinatos, dois casos foram de radialistas, um em Goiás, outro do Pará. Relatório do Ministério Público mostrou que, entre 1995 e 2018, 64 jornalistas, profissionais de imprensa e comunicadores foram mortos no exercício da profissão no Brasil.

Dos 35 comunicadores, 27 relataram ter sofrido algum tipo de violação anterior, como agressões verbais, intimidação, processos judiciais dentre outras. Dez contaram já ter recebido ameaças de morte em razão de sua atuação.

O relatório também identificou 5 casos de atentados a redações ou sedes de veículos em 2018. Em alguns casos, blogueiros e outros comunicadores trabalham em suas casas.

Em 2018, houve 11 casos de violações online, quando alguma ferramenta online serviu de meio para a veiculação de ameaça de morte, como aplicativos de mensagens, mídias sociais ou e-mails. Oito jornalistas foram alvos online. O relatório chama atenção para as subnotificações, já que muitos jornalistas não relatam essas ameaças.

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https://www.osul.com.br/em-transmissao-ao-vivo-no-espirito-santo-um-reporter-foi-ameacado-de-morte-por-criminosos/ Em transmissão ao vivo no Espírito Santo, um repórter foi ameaçado de morte por criminosos 2019-05-31
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