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Geral “Eu vivo como se não fosse herdeira”, diz acionista do Itaú que doou 28 milhões de dólares

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Ana Lúcia Villela fez doação motivada por sua filha, diagnosticada com síndrome de Down. (Foto: Reprodução/YouTube)

O auditório repleto do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), nos EUA, não intimidou Isis, que fez questão de passar de fileira em fileira cumprimentando uma a uma as 300 pessoas presentes na cerimônia de criação do Alana Down Syndrome Center, em 20 de março. As informações são blog de Eliane Trindade, do jornal Folha de S.Paulo.

O gesto da garotinha brasileira de 7 anos foi ainda mais simbólico, por ter sido ela a motivação primeira dos pais Ana Lúcia Villela e Marcos Nisti para doar US$ 28,6 milhões (R$ 110 milhões) à instituição norte-americana.

O centro de pesquisa e inovação vai reunir mentes brilhantes do MIT, que conta com mais de 80 premiados no Nobel em suas fileiras, para desenvolver estudos e tecnologias que possam melhorar a vida de crianças com a mesma condição genética de Isis.

A caçula da família é portadora de trissomia do cromossomo 21, um dos males mais ignorados pela ciência, embora a síndrome de Down afete uma em cada 700 crianças nascidas no planeta.

Isis e a irmã, Nina, 10, assinaram com os pais a doação feita pela Alana Foundation, braço filantrópico do Instituto Alana, organização brasileira que é referência na promoção dos direitos e desenvolvimento da infância.

Sempre valorizamos a pesquisa de ponta e essa doação inspiradora permitirá aos pesquisadores investigarem novos caminhos para melhorar a vida de indivíduos com síndrome de Down”, afirma Israel Ruiz, vice-presidente do MIT.

Pedagoga que foi aluna de Paulo Freire, patrono da educação brasileira e autor de “Pedagogia do Oprimido”, Ana Lúcia criou o Alana há mais de 20 anos, quando começou um trabalho voluntário no Jardim Pantanal, comunidade da zona leste de São Paulo que nasceu de uma invasão em um terreno da família Villela.

Ao lado do irmão Alfredo, ela é uma das maiores acionistas da holding Itaúsa, que engloba Itaú Unibanco e Duratex. Ana Lúcia é hoje a única mulher a integrar o Conselho de Administração do maior banco privado do país, com R$ 1,649 trilhão de ativos.

O advogado Nisti é presidente da Maria Faria, produtora de filmes com causa que nasceu para ser braço audiovisual do Alana. É coautor de “Aruanas”, ao lado da diretora Estela Renner, série de ficção em parceria com a Globo, que será lançada em 2 de julho.

Casados há 14 anos, ele concederam entrevista ao jornal Folha de S.Paulo na qual falam sobre a doação e o caminho que percorreram após descobrir que a caçula nascera com Down. Também contam sobre suas trajetórias de investidores e ativistas, que fazem deles o Casal 20 da “inovação social”. Abaixo alguns trechos da entrevista.

Questionada sobre como lidar com os dois apostos de herdeira e bilionária, Ana Lúcia respondeu: “Quando meus pais faleceram [Alfredo Villela e Maria Silvia morreram em um acidente aéreo, quando ela tinha 8 e o irmão Alfredo, 11], esse peso veio para mim. Diziam: ‘Olha, morreram os pais da menininha que é herdeira’. Foi pesado. Mas tem uma história anterior. Tive uma infância feliz no interior, descalça, livre, subindo em árvore, conhecendo o mundo junto com crianças que não iam poder ir para a escola. Eram meus melhores amigos. Naquela época, o banco não era desse tamanho que é hoje. Não me sentia diferente como hoje me sinto. Quando meus pais e meus avós estavam vivos, não tinha esse peso da herdeira, de acionista do Itaú. Minha avó tinha três roupas: uma para o dia, outra para a noite e uma para ir para casamentos e funerais. Tinha uma simplicidade. Consumo zero. Não era isso que importava na vida.”

Questionada sobre se o aposto herdeira a incomoda, ela disse: “Me incomodava esse título. Sempre quis viver como se não fosse. Viajar como se não fosse. Ter uma conta no banco como se não tivesse tanto dinheiro. Ligava para as amigas e perguntava: ‘Quanto vocês têm na conta?’ Quero ser como elas.”

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