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Armando Burd Fim de uma época

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Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Foi lento e contínuo o processo de avanço sobre o dinheiro público. Uma portaria aqui, outro decreto ali para garantir privilégios. O resto se deu nos acordos espúrios em salas fechadas. Faltou, por exemplo, persistência para denunciar a origem do dinheiro que manteve campanhas eleitorais milionárias. Sem transparência e fiscalização, os ilícitos progrediram, tornando-se um grande negócio.
Agora, o rompimento da permissividade também está sendo lento, mas contínuo.
Mesmo que os investigados tenham amplo direito de defesa, é difícil que as delações de 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht e da Braskem façam parte de uma obra de ficção.

OLHANDO PARA TRÁS

Em um futuro breve, a história vai registrar: houve um tempo em que existia caixa 2, tido como fato normal e corriqueiro. Demorou para ser considerado sonegação, lavagem de dinheiro, corrupção, propina e troca de favores. Mais: políticos nomeavam livremente parentes para cargos públicos com vencimentos polpudos. As despesas de governos eram feitas sem qualquer garantia de arrecadação para cobri-las, levando a dívida a níveis estratosféricos.
Dados para ilustrar a fase sombria não faltarão.

NAS ALTURAS

Em meio à crise econômica do País, com números assustadores, só um setor consegue escapar: o dos bancos. Fatura sem parar, aplicando os juros mais altos do mundo para rolar a dívida do governo federal. O Jurômetro começou o registro a 1º de janeiro deste ano e se aproxima de 90 bilhões de reais. O valor é quase três vezes a receita anual do governo do Rio Grande do Sul.
De resto, o quadro é de desemprego, ampliando-se a cada dia, ao qual se juntam as dificuldades de segmentos econômicos.

TRÉGUA

O retorno de Eliseu Padilha à Casa Civil coincide com a bandeira branca erguida por Henrique Meirelles. A relação entre os dois integrava o balaio de complicações do presidente Michel Temer.

NÃO RESOLVE

A União tem vantagens exclusivas: pode emitir dinheiro e vender títulos públicos. Nem por isso está bem. Basta lembrar os déficits nas previdências do INSS e dos funcionários públicos; a manipulação recente na contabilidade para esconder problemas; a redução do superávit primário; o aumento do endividamento; a falta de investimentos em infraestrutura e a carência de serviços públicos.
Se a lista não entrar nos debates da próxima campanha presidencial e houver novamente só o bate-boca inconsequente, será melhor fechar para balanço.

NADA MUDOU

A 15 de março de 2007, o secretário da Fazenda, Aod Cunha participou em Brasília de reunião com o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Bernard Appy. Apresentou a realidade financeira do Rio Grande do Sul e explicou o conjunto de medidas que o governo do Estado adotou para reverter o déficit das contas públicas. A intenção era verificar de que forma a União poderia contribuir com o esforço de ajustamento das contas do Estado. O máximo que Aod conseguiu: algumas promessas.

RÁPIDAS

* Dez meses após chegar ao poder, o presidente Michel Temer trocou a diretoria da Itaipú, indicada pelo governo anterior.

* A descoberta de novas fraudes no leite comprova: enquanto a punição continuar branda, não vão se corrigir.

* Leonel Brizola em 1984: “Estou pensando em criar um vergonhódromo para os políticos sem vergonha.” Hoje, mais necessário do que nunca.

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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