Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 8 de agosto de 2015
O irmão do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, reconheceu em depoimento prestado à Operação Lava-Jato que recebeu, entre 2012 e 2013, “cerca de 30 mil reais” mensais do lobista Milton Pascowitch. Ele atuava como intermediário do pagamento de propinas em negócios na Petrobras.
No depoimento, tomado na 17 fase da Lava-Jato, denominada Pixuleco, que levou Dirceu à prisão na segunda-feira, dia 3, o irmão do ex-ministro afirmou que Pascowitch lhe dizia que os valores eram “a título de ajuda para despesas variadas” e que as pendências seriam “resolvidas posteriormente”. Oliveira e Silva não soube dizer a origem do dinheiro.
Trechos de seu depoimento foram transcritos pelo delegado da PF (Polícia Federal) Márcio Adriano Anselmo, da Lava-Jato, em pedido de prorrogação de prisão temporária protocolado pelo delegado contra ele, o ex-assessor de Dirceu Roberto Marques, Pablo Alejandro Kipermist e o empresário Julio Cesar dos Santos.
Prorrogações
Em decisão no início da noite dessa sexta-feira, o juiz Sérgio Moro decidiu pela prorrogação das prisões dos três primeiros, até o dia 12, mas ordenou a soltura de Santos e de um irmão do empresário Fernando Moura, Olavo de Moura Filho. Na mesma decisão, Moro tratou da questão dos pagamentos de Pascowitch. “[Luiz Eduardo] aparentemente admitiu vários fatos relevantes para as investigações, como, ilustrativamente, o recebimento de pagamentos mensais de 30 mil reais de dinheiro em espécie de Milton Pascowitch, embora o depoente alegue que não conhecia a origem ou o motivo dos pagamentos”. Em seu depoimento, o irmão de Dirceu confirmou à PF que o ex-ministro fazia viagens em “aeronaves registradas em nome” de Julio Camargo, que em 2014 fez acordo de delação premiada e relatou o pagamento de propinas a funcionários da Petrobras. O doleiro Alberto Youssef havia revelado o uso desses aviões por Dirceu – a princípio, Camargo negara as caronas, mas depois confirmou os voos para Dirceu. O irmão do ex-ministro disse não saber “qual era o acerto entre Dirceu e Camargo” pelo uso do avião.
(Folhapress)