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Brasil “Lula não é um preso político, é um político preso”, disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso

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"A narrativa do PT é de preso político. Se fosse, eu estaria protestando. É preso por outras razões", disse FHC. (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Questionado se o fato de o senador Aécio Neves ter se tornado réu pode contaminar a campanha tucana, Fernando Henrique cita o ex-presidente Lula: “Qual foi o impacto na inclinação pelo Lula? Até agora nenhum”. Ao comentar a prisão do petista, condenado na Operação Lava-Jato, ele rebate a tese do partido adversário, dizendo que não se trata de um preso político. “É um político preso”, disse em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.

A seis meses das eleições, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso minimiza o fato de o pré-candidato de seu partido ao Palácio do Planalto, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, aparecer estagnado nas mais recentes pesquisas de intenção de voto, na faixa dos 8%. “Geraldo é um corredor de maratona, não de 100 metros”, afirmou.

O tucano, de 86 anos, cita como exemplo sua própria campanha em 1994, quando só decolou em junho na esteira do Plano Real. Sobre uma eventual candidatura do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, Fernando Henrique afirma: “Foi um juiz competente, teve coragem, mas isso qualifica você para presidente? Por isso só, não”. “Não sei o que ele pensa.”

1) Sobre o Judiciário, o senhor diz que teria se tornado mais consciente da sua autoridade e mais “permeável” à sociedade. O STF (Supremo Tribunal Federal) tem sido alvo de críticas por isso.

Fomos nós da Assembleia Constituinte que demos esse poder ao Supremo. Você pode requerer ao tribunal que, no vácuo da lei, ele legisle. Ele tem abusado? Não creio. Nas áreas comportamentais, como o Congresso fica receoso de avançar, às vezes o Supremo avança.

2) E nos casos da Lava-Jato?

A Lava-Jato fez simplesmente o que todo mundo queria que se fizesse, pegou poderosos e ricos. O Supremo às vezes dá um habeas corpus e a população reclama, mas é que a lei permite liberar. Não acho que a Lava-Jato tenha, no geral, extrapolado. E muito menos que ela seja facciosa, pegue um só partido. Estamos vendo agora, pegou os partidos que estavam no poder. A Lava-Jato foi um fato político muito importante, mas não dota aquele que foi o protagonista de qualidades para ser líder político. Mas há uma tentativa também de atacar o (juiz Sérgio) Moro. Acho que ele é apenas um juiz correto, tenta aplicar as leis tal qual ele entende.

3) O STF tornou réu Aécio Neves. Qual o reflexo disso na imagem do PSDB?

Eu não posso ficar contente quando vejo personalidades importantes sendo julgadas e presas. O Lula, você acha que eu fico satisfeito? Não, mas não vou contra a Justiça. No caso do Aécio, foi apenas iniciado o processo. Ele disse que vai demonstrar que não havia dinheiro público envolvido. Eu não sei. Agora, eu não posso ser contra o que a Justiça decidiu. Nem num caso, nem no outro. Tem efeito claro, prejudica os partidos. Mas juiz não tem de ver se tem efeito político, tem de ver os autos. Tem indício de crime, abre o processo. Tem crime, condena. Foi o que eles fizeram.

4) Isso pode ter algum impacto na candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin?

Digo isso até com constrangimento, mas qual foi o impacto na inclinação pelo Lula (nas pesquisas)? Até agora nenhum. Eu acho que devia ter, mas não sei se vai. É provável que as lideranças (tucanas) discutam esse assunto. Como ele (Aécio) tem direitos políticos, ele que vai decidir (se será candidato), mas acho que a liderança vai ponderar e dizer: ‘Presta atenção, olha as consequências’.

5) O que representa a prisão de Lula para o processo eleitoral?

Lula tem um peso simbólico, foi líder sindical, criou um partido. Ele não está sendo processado pelo que fez politicamente. O PT está dizendo: “é um preso político”. Não é. É um político preso. A narrativa do PT é de preso político. Se fosse, eu estaria protestando. É preso por outras razões. Na política, não adianta eu ter razão, adianta ter capacidade de convencer, explicar. Melhor que não tivesse acontecido, mas aconteceu, e agora vamos ter que explicar à população. A força simbólica de Lula não é sobre o que ele faz e diz, mas sobre o que ele fez. E foi capaz de, ao fazer, cantar, cacarejar. Um dos defeitos do PSDB e meu é cacarejar pouco sobre o que se fez, quando se fazia. O Lula tem a virtude de que ele cacareja: eu fiz, eu fiz, agora sou ideia. A ideia pode ser boa ou pode ser má, não sei. Mas foi uma boa sacada.

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https://www.osul.com.br/lula-nao-e-um-preso-politico-e-um-politico-preso-disse-o-ex-presidente-fernando-henrique-cardoso/ “Lula não é um preso político, é um político preso”, disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso 2018-04-22
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