Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 12 de julho de 2016
A primeira morte em combate de um toureiro no século 21 provocou uma tempestade emocional na Espanha e iniciou uma guerra nas redes sociais. Víctor Barrio, 29 anos, morreu no sábado, na enfermaria da arena de touros da cidade de Teruel, depois de ter o pulmão direito e a artéria aorta perfurados pelo chifre do touro Lorenzo, de 529 quilos.
O desfecho foi transmitido ao vivo pela TV e comoveu o país onde as touradas são uma tradição ancestral. Foi a primeira vez que uma notícia com esse impacto se tornou viral, com reações de pesar, mas também de júbilo pela morte do toureiro que chocaram a opinião pública.
Em posts no Facebook e no Twitter, Barrio foi chamado de assassino e sua morte julgada merecida, festejada como uma espécie de vingança do touro ante a crueldade dos humanos. O rapper Pablo Hasel tuitou: “Se todas as touradas terminassem assim, mais gente iria vê-las”.
O desatar de paixões antagônicas vivido agora é uma experiência muito diferente da comoção quase unânime vista na Espanha na última morte de um toureiro profissional, José Cubero Sánchez, “Yiyo”, em 1985.
“Hoje em dia o movimento antitaurino é muito forte na Espanha, na França, na América Latina”, diz o especialista em tauromaquia Antonio Purroy, professor da Universidade de Navarra.