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Música A música sertaneja dominou as paradas de sucesso no Brasil em 2017

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Duplas como Jorge & Mateus ocuparam as paradas. (Foto: Reprodução)

Mesmo com o dólar alto, o Brasil recebeu visitas de dois astros internacionais no auge: o havaiano Bruno Mars, rei do pop atual (no Rio, em duas noites na Praça da Apoteose, em novembro) e o saxofonista americano Kamasi Washington, um dos nomes mais aclamados do jazz contemporâneo, que tocou no Municipal em 5 de abril a obra-prima “The epic”, de 2015. As informações são do jornal O Globo.

E houve Rock in Rio. Dos bons. Em setembro a Cidade Olímpica virou Cidade do Rock, com presença histórica do The Who, estreando no Brasil. Teve bailão antológico de Nile Rodgers & Chic, Cee-lo Green com a poderosa Iza, revelação pop made in Olaria; Aerosmisth, Alice Cooper e Justin Timberlake; mais a catártica ciranda do BaianaSystem com a trans angolana Titica de coadjuvante.

Discursos políticos a favor da diversidade, contra a corrupção e em defesa da Amazônia deram o tom. Mas quem roubou a cena foi Pabllo Vittar. A drag maranhense, não muito afinada mas carismática, cantou num estande de patrocinador, fez ponta no show da cantora Fergie, e saiu aclamada. Ela e outra cantora que nem sequer esteve por lá, mas foi tão citada e tão pedida que já ganhou vaga certa no próximo Rock in Rio: Anitta.

Foi impossível passar por 2017 sem ver ou ouvir Pabllo e Anitta. Também não deu para passar ao largo de “Despacito”. O reggaeton dos porto-riquenhos Luis Fonsi e Daddy Yankee (composto em parceria com a panamenha filha de brasileira Erika Ender) foi a canção mais ouvida de 2017. Faturou quatro Grammy Latinos, é favorita para Disco do Ano no Grammy original em 28 de janeiro, e deu origem a todo tipo de versão.

Outra surpresa do ano foi a boyband BTS, que emplacou um disco todo em coreano no top 10 de álbuns dos EUA. A “Billboard” americana, aliás, definiu 2017 como o ano em que o pop se globalizou. Além de “Despacito” ter ganhado remix com Justin Bieber, Beyoncé pegou carona em “Mi gente”, com o colombiano J Balvin. E até o ruivinho inglês Ed Sheeran tirou casquinha, adicionando um toque caribenho fuleiro para fazer de sua “Shape of you” o segundo hit mais onipresente no planeta.

No Brasil, o sertanejo ocupou ostensivamente as paradas de serviços de streaming, rádios e YouTube, mostrando que a tal diversidade ficou mais na superfície. No Spotify, os três primeiros lugares ficaram com as duplas Matheus & Kauan, Jorge & Mateus e Henrique & Juliano, sendo que, no top 10, dos nove brasileiros da lista, só o DJ goiano Alok e MC Kevinho, astro teen do popofunk paulista, furaram o “bloqueio” do agronegócio musical. Fenômeno que explodiu em 2017, o feminejo foi trilha de boa parte do ano, com a dupla baiana Simone & Simaria, as gêmeas mato-grossenses Maiara & Maraisa, a paranaense Naiara Azevedo e a goiana Marília Mendonça, “musa da sofrência” e compositora de verve invejável para dissecar a cornitude. Mas, se for para apontar um hino de empoderamento feminino, o funk carioca “Cheguei”, de Ludmilla, desponta como melhor pedida.

O show business nacional sobreviveu às crises econômica e política investindo em repertórios bem conhecidos e na soma de forças mobilizadoras de público. Os Tribalistas lançaram disco de inéditas, sem empolgar – a comoção deve estar guardada para 2018, quando o trio finalmente fará uma turnê. Reunidos, os Novos Baianos rodaram o País arrebatando gerações com o cancioneiro de “Acabou chorare”. Mano Brown apostou no bailão e brilhou soltinho no palco promovendo o disco “Boogie naipe”. Alguns grandes nomes se juntaram para turnês do tipo “infalível”, como Paulinho da Viola e Marisa Monte, e outros se embaralharam em combinação inusitada, como a Trinca de Ases, com Gilberto Gil, Gal Costa e Nando Reis. Já Caetano não precisou sair de casa para se reciclar brilhantemente no sarau familiar “Caetano, Moreno, Zeca e Tom Veloso”, reinventando-se em um patriarcado terno e com doses de doce religiosidade.

Drama

Infelizmente, também lembraremos de 2017 por outra questão familiar: o drama de João Gilberto. Aos 86 anos e com saúde frágil, o cantor e compositor foi interditado pela filha, Bebel. Segundo disse a advogada dela, João “já vem apresentando, há alguns anos, um quadro confusional, que não o permite compreender com clareza e exatidão os atos jurídicos que lhe são solicitados por terceiros, resultando em uma situação atual de absoluta penúria financeira”.

Uma nota triste para a bossa nova, que esteve bem representada no ano por Roberto Menescal, festejando 80 anos à frente da turnê “Dia de luz, festa do sol”, e por João Donato, que comandou residência artística na Sala Baden Powell desde janeiro e lançou o pop “Sintetizamor”, em parceria com Donatinho. Às vésperas de festejar 60 anos, em 2018, a bossa deu mostras de vitalidade até em um dos muitos tiros da onipresente Anitta rumo à globalização, a pegajosa “Will I see you”.

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https://www.osul.com.br/musica-sertaneja-dominou-as-paradas-de-sucesso-no-brasil-em-2017/ A música sertaneja dominou as paradas de sucesso no Brasil em 2017 2017-12-30
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