Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 19 de junho de 2016
Será que durante décadas de observação estelar, as agências espaciais e os astrônomos deixaram de perceber a presença de um asteroide próximo ao nosso planeta?
Uma recente descoberta da Nasa (agência espacial americana) detectou uma rocha espacial que orbita o Sol sem se distanciar da Terra. Chamado pelos cientistas de 2016 HO3, o asteroide está sendo considerado uma “quase lua”, devido à distância em que se encontra de nós.
Embora a observação recente do astro pareça surpreendente, Paul Chodas, gerente do centro da Nasa para estudos de objetos próximos à Terra, revelou que outros corpos celestes errantes já orbitaram o nosso planeta em uma distância semelhante à Lua. “Um outro asteroide, 2003 YN107, seguiu um padrão orbital parecido, dez anos atrás. Mas depois partiu da nossa vizinhança”, recorda.
Apesar dele ter sido observado somente este ano, o cientista destaca a possibilidade do astro estar acompanhando nosso planeta há décadas. “Nossos cálculos indicam que o 2016 HO3 tem sido um quase-satélite estável da Terra por quase um século. Ele vai continuar a seguir esse padrão como companheiro da Terra nos séculos vindouros”, destaca Chodas.
Por meio do telescópio de rastreio Pan-STARRS 1, cientistas notaram o objeto em abril deste ano. Mesmo que o tamanho do HO3 seja desconhecido, pesquisadores acreditam que ele pode ter entre 40 e 100 metros de diâmetro.
Características.
Segundo a Nasa, à medida que a rocha espacial orbita o Sol, ela faz um “loop” em torno da Terra, se aproximando de nós. A órbita do 2016 HO3 é ligeiramente inclinada em relação ao nosso planeta, de modo que o asteroide também balança para cima e para baixo através do plano orbital da Terra.
A agência explica que a trajetória do corpo celeste tende a mudar ao longo do tempo, mas ressalta o fato de a força gravitacional da Terra manter ele próximo a nós. De acordo com a Nasa, o astro nunca se aproxima mais do que 9 milhões de milhas (14,5 milhões de quilômetros), e também não se afasta mais do que 24 milhões de milhas (38,8 milhões de quilômetros) da Terra.
Antes que os “profetas” do fim do mundo saiam anunciando uma improvável colisão entre nós e o 2016 HO3, a Nasa salienta que, apesar da pequena interação gravitacional entre ambos os corpos, ele não representa ameaça.