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Por Redação O Sul | 10 de junho de 2018
O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, chegou neste domingo (10) a Singapura, dois dias antes da histórica reunião que deve ter na terça-feira (12) com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na cidade-estado do sudeste asiático.
Kim aterrissou no aeroporto Changi de Singapura pouco antes das 15h (horário local, 4h em Brasília), informou o ministro de Exteriores de Singapura, Vivian Balakrishnan, na sua conta do Twitter. “Dei as boas-vindas ao presidente [do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte] Kim Jong-un, que acaba de chegar a Singapura”, tuitou o chefe da diplomacia local junto com uma foto na qual aparecia apertando a mão de Kim.
As câmeras de televisão mostraram uma comitiva de veículos deixando o aeroporto e uma multidão esperando no hotel Saint Regis do centro de Singapura, no qual espera-se que Kim fique hospedado. O ditador norte-coreano deve se reunir neste domingo com o primeiro-ministro Singapuriano, Lee Hsien Loong, que amanhã receberá também Trump.
Kim viajou em um avião Boeing 747 de Air China, companhia aérea estatal chinesa, que decolou de Pequim e pegou o líder norte-coreano em Pyongyang, segundo imagens captadas pela imprensa. O ditador norte-coreano viajou acompanhado de Kim Yong-chol, considerado o braço direito do ditador e vice-presidente do Partido dos Trabalhadores; o chanceler norte-coreano, Ri Yong-ho; Ri Seu-Yong, responsável de Exteriores do Partido; e Kim Chang-son, o chefe de gabinete de Kim Jong-un.
Kim Yong-chol é visto como uma figura-chave no processo de diálogo entre o regime e os EUA após viajar no começo do mês a Washington para se reunir com Trump e o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, em um encontro que serviu para confirmar a realização da esperada reunião.
Além da comitiva que acompanha Kim, uma delegação norte-coreana já está na cidade-estado negociando os preparativos para a cúpula. O presidente norte-americano Donald Trump disse no sábado (09) que qualquer acordo com o líder norte-coreano será “no impulso do momento”, sublinhando o resultado incerto do que chamou de uma “missão de paz”.
O encontro histórico está agendado para terça-feira na ilha de Sentosa, frente à costa da ilha principal de Singapura. “Eu tenho um objetivo claro, mas tenho que dizer – será algo que será sempre no impulso do momento”, disse Trump a jornalistas em uma entrevista coletiva na Cúpula do G7 em Quebec. “Você não sabe. Isso nunca foi feito nesse nível antes”.
Trump deixou o encontro de líderes do G7 mais cedo, antes de discutir a mudança climática e a saúde dos oceanos, exacerbando as fraturas do grupo em relação às tarifas comerciais impostas pelos EUA. A principal questão a ser discutida na reunião do dia 12 de junho em Singapura é a exigência dos EUA para que a Coreia do Norte abandone o programa de armas nucleares.
Trump disse que provavelmente levaria tempo para chegar a um acordo com Kim sobre a desnuclearização, mas ele disse que acredita que, no mínimo, o encontro poderia produzir uma “relação” entre os EUA e a Coreia do Norte, que não possuem laços diplomáticos.
Em uma entrevista coletiva com o primeiro ministro japonês Shinzo Abe na quinta-feira (07), Trump disse que pode convidar Kim para uma visita a Washington. Pyongyang já rejeitou a desistência de seu arsenal unilateralmente e defende seus programas nuclear e de mísseis preventivos para o que vê como agressões dos norte-americanos.
Os Estados Unidos possuem 28,5 mil soldados na Coreia do Sul, um legado da Guerra da Coreia. Trump resiste à possibilidade de fechar um acordo para encerrar formalmente a Guerra da Coreia, que durou entre 1950 e 1953, e foi concluída com uma trégua, e não um tratado de paz.