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Brasil O Ministério Público vai investigar o “milagre dos santinhos” do PSL: no Ceará, uma candidata recebeu 150 mil reais do partido quando faltavam 48 horas para a eleição

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Prestação de contas da campanha de Gislani Maia mostra uma despesa atípica. (Foto: Reprodução)

A Procuradoria Regional Eleitoral no Ceará determinou nesta sexta-feira a instauração de um procedimento para investigar a prestação de contas da candidata a deputada estadual Gislani Maia, do PSL. Uma reportagem do jornal “O Globo” mostrou que ela recebeu R$ 150 mil da direção nacional do partido no dia 5 de outubro, quando faltavam apenas dois dias para o primeiro turno das eleições do ano passado. No mesmo dia, declarou ter gasto quase R$ 143 mil em três gráficas diferentes.

As notas fiscais da candidata são relativas a 4,8 milhões de santinhos, panfletos e botons, além de 20 mil adesivos para carros. A campanha de Gislani custou o triplo da de Hélio Góes, candidato do PSL ao governo do Ceará, e quase 18 vezes mais que a de Márcio Pinheiro, que concorreu ao Senado pelo partido e declarou despesa de R$ 8,5 mil. Ela obteve 3.501 votos.

Gislani foi a única mulher a receber dinheiro do PSL no Ceará. A sigla, no entanto, tinha ainda outras 18 candidaturas femininas no Estado. Além de Gislani, apenas o presidente da sigla no Ceará, Heitor Freire, recebeu recursos do PSL. Eleito deputado federal, ele apresentou gastos de R$ 64,2 mil, menos da metade de Gislani.

Gráfica própria

Gislani também apresentou na prestação de contas notas fiscais de gastos em sua própria gráfica, a Mark Impressos Inteligentes, e na de seu pai, a Harte Indústria Gráfica, no valor total de R$ 10, 3 mil. Parte das despesas foi contratada antes da chegada dos recursos do PSL.

“Foram recursos menores (usados nas gráficas da família) exatamente porque não queria essa vinculação. Eu poderia ter gasto boa parte desse dinheiro nas empresas que são da minha família. Mas eu optei por não, exatamente porque sabia que veria esse tipo de questionamento”, afirmou Gislani à publicação.

Em 2018, o financiamento das campanhas foi majoritariamente público, vindo de um fundo especial e do fundo partidário. A lei determina que 30% desses recursos sejam aplicados nas campanhas de mulheres. O presidente no PSL no Ceará disse que Gislani foi a única a receber recursos no Estado porque era uma campanha que tinha “potencial”.

A candidata disse que imprimiu material para outros candidatos, para ser usado em dobradinhas, mas que os santinhos e similares continha sempre seu rosto. E que a propaganda foi encomendada em setembro, quando recebeu do partido a garantia de que receberia recursos.

As solicitações de material foram feitas por meio de um “contrato de confiança”, segundo Gislani, já que ainda não havia recursos de campanha. Ela disse, no entanto, que não tinha cópia do documento.

Pernambuco na mira

No Estado de Pernambuco, a Procuradoria Regional Eleitoral já confirmou que analisará os fatos publicados pela imprensa, a fim de decidir se instaura ou não um procedimento para investigação da prestação de contas de uma candidata a deputada estadual.

Isso porque outra matéria especial de “O Globo” mostrou o caso de Mariana Nunes, candidata a deputada estadual pelo PSL em Pernambuco. Ela teve 1.741 votos e sua campanha custou R$ 127,8 mil. A direção estadual do PSL destinou para ela R$ 128 mil, sendo R$ 118 mil entre os dias 2 e 5 de outubro.

Quase todo esse montante (quase R$ 115 mil) foi gasto na impressão de 5 milhões de santinhos e 1 milhão de “praguinhas” (um tipo de adesivo) na gráfica Juliane Mirella de Carvalho Gonçalves. Trata-se da mesma empresa contratada por Lourdes Paixão e Érika Siqueira, candidatas que também receberam grandes quantias da legenda dias antes da eleição e que obtiveram, respectivamente, 274 e 1.315 votos.

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