Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 5 de setembro de 2018
O papa Francisco defendeu o repouso aos domingos, que permite aos cristãos “fazer as pazes” com a própria vida, mas criticou a sociedade de “diversão” e “evasão”. O domingo permite “fazer as pazes com a vida”, disse Francisco diante de milhares de fiéis reunidos na praça São Pedro do Vaticano para a tradicional audiência de quarta-feira (05).
“A verdadeira paz não é mudar a própria história, e sim acolhê-la e valorizá-la”, disse o pontífice. “O homem nunca descansou tanto como hoje e, no entanto, nunca sentiu tanto vazio como hoje”.
Francisco fez um apelo por uma distinção entre o verdadeiro repouso e o falso descanso em um mundo que estabelece a sociedade como “um grande parque de diversões”. “O conceito de vida que domina atualmente não se baseia na atividade, e sim na evasão. Esta mentalidade leva a uma vida anestesiada pela diversão, que não é repouso”, advertiu.
Divórcio
Francisco afirmou ainda que o divórcio é “uma coisa feia” e não representa o “ideal de família”. A declaração foi dada dias após o pontífice ter sido acusado de acobertar casos de abuso sexual pelo arcebispo italiano Carlo Maria Viganò.
“É uma moda, lemos até nas revistas: tal pessoa se divorciou. Por favor, isso é uma coisa feia. Eu respeito tudo, mas o ideal não é o divórcio, a separação, a destruição da família. O ideal é a família unida”, declarou Francisco, acrescentando que a humanidade necessita do “amor duradouro” que “nos salva da solidão em meio às mentiras da cultura do momentâneo”.
O pontífice é a favor da abertura da Igreja a divorciados e abordou o tema na exortação apostólica “Amoris laetitia” (“A alegria do amor”), que deu a cada paróquia o poder de decidir se pessoas que se separaram podem comungar. O documento rendeu ao papa acusações de “heresia” por parte de dezenas de padres conservadores e um questionamento público feito por quatro cardeais, incluindo o norte-americano Raymond Burke.
Declaração polêmica
Uma declaração do papa no retorno da visita à Irlanda tem gerado críticas de associações ligadas ao movimento LGBT. A jornalistas, o pontífice disse que pais e mães de crianças com “tendências homossexuais” deveriam submeter os filhos a tratamento psiquiátrico.
Na ocasião, em um voo para o Vaticano, o papa foi perguntado sobre o que diria a pais que percebem orientações homossexuais nos filhos. “Diria a eles, em primeiro lugar, que rezem, que não os condenem, que dialoguem, entendam, que deem espaço ao filho ou à filha”, respondeu.
“Quando isso se manifesta desde a infância, há muitas coisas para fazer por meio da psiquiatria, para ver como são as coisas. Outra coisa é quando isso se manifesta depois dos 20 anos”, acrescentou o papa. “Nunca direi que o silêncio é um remédio. Ignorar a seu filho ou sua filha com tendências homossexuais é um defeito de paternidade ou de maternidade.”