Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 15 de abril de 2019
O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, negou que tenha havido uma intervenção do governo na empresa e disse que o governo prepara medidas para os caminhoneiros, que não têm relação com a política de preços da Petrobras. As informações são do jornal Folha de S.Paulo e da Agência Brasil.
“Uma coisa é o governo, outra é a Petrobras”, afirmou, após reunião no Palácio do Planalto. Ele afirmou que a empresa vai decidir quando o diesel será reajustado e que a sua política de preços não tem relação com as políticas de governo.
“Vamos decidir quando vai ser reajustado ou não. É uma decisão empresarial, diferente da decisão do governo, de políticas públicas”, afirmou. Segundo Castello Branco, isso significa que a empresa é livre para fixar o preço do diesel.
O executivo afirmou que o Bolsonaro não ordenou o congelamento do diesel. “A decisão foi tomada pela diretoria da Petrobras”, disse. “Ninguém ordenou que a Petrobras não reajustasse”.
Castello Branco disse que o governo prepara medidas para atender os caminhoneiros, que devem ser anunciadas nesta terça-feira (16). Ele negou que o governo vá reeditar a subvenção do diesel, como no ano passado.
“Não ouvi falar disso, até porque a Petrobras é livre [para fixar seus preços]”, afirmou. A expectativa é que o Palácio do Planalto dê informações sobre a política que será adotada para atender os caminhoneiros.
Política de preços
O dirigente da petroleira passou a tarde desta segunda-feira (15) reunido, no Palácio do Planalto, com ministros do governo, para discutir a política de preços de combustíveis e o tabelamento do frete para caminhoneiros.
Na semana passada, a Petrobras havia anunciado um reajuste de 5,7% no preço do óleo diesel nas refinarias, mas a medida foi suspensa em poucas horas por recomendação do presidente da República. O governo informou que quer entender aspectos técnicos da decisão da Petrobras para pensar medidas que possam minimizar o impacto dos aumentos para os caminhoneiros, mas negou que haja interferência na política de preços da estatal.
No dia que o reajuste foi suspenso, Bolsonaro manifestou preocupação de que alta no preço do combustível possa impactar o setor de transporte de cargas, afetando diretamente os motoristas de carga. Em maio do ano passado, a alta no preço do diesel levou à paralisação da categoria, e que afetou a distribuição de alimentos e outros insumos, causando prejuízos a diversos setores produtivos.
Após a decisão de suspender o reajuste do diesel na sexta-feira (12), as ações da empresa na Bolsa de Valores registraram desvalorização de 8,54%.
Nesta terça-feira (16), outra reunião está agendada para tratar do assunto, dessa vez com a presença do presidente Jair Bolsonaro.