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Por Redação O Sul | 8 de julho de 2019
A Justiça italiana condenou à prisão perpétua 24 envolvidos na Operação Condor, nesta segunda-feira (8). Os réus estavam envolvidos no desaparecimento e morte de 23 opositores de origem italiana, durante a ditadura militar. Dentre eles, estão diversos nomes latino-americanos.
A denominada Operação Condor foi um acordo colaborativo entre os aparelhos de repressão dos Estados da América Latina, na década de 1970, no período de ditadura. Participaram representantes da inteligência militar dos governos do Brasil, da Argentina, do Paraguai, do Uruguai, da Bolívia e do Chile.
As investigações sobre a estratégia aplicada pelos regimes militartes do Cone Sul foram iniciadas há mais de 15 anos, devido a denúncias na Itália, de familiares de desaparecidos. Com a decisão desta segunda, o Tribunal de Apelação de Roma alterou a sentença de primeira instância, proferida em 2017, que estabelecia apenas oito prisões perpétuas e 19 absolvições por delitos prescritos.
Entre os condenados estão:
Luis Garcia Meza Tejada: ex-presidente boliviano, falecido no ano passado;
Luis Arce Gomez, ex-ministro do Interior da Bolívia;
Juan Carlos Blanco, ex-ministro das Relações Exteriores do Uruguai;
Francisco Rafael Cerruti Bermudez, ex-presidente peruano;
O ex-militar uruguaio Jorge Néstor Troccoli foi o único condenado a comparecer ao julgamento, pois tem cidadania italiana e reside no país desde 2007.