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| Pausas e manhas (14)

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As aspas são os urubus do texto. Use-as com a parcimônia do pai mineiro que aconselha o filho ansioso por criar asas e voar:
– Meu filho, não saia. Se sair, não gaste. Se gastar, não pague. Se pagar, pague só a sua.

Uso obrigatório

Quando dar a vez às casadinhas? Em cinco ocasiões, muitas pra lá de conhecidas. Ei-las:

1. Citações: “Quem tem medo do ridículo não alcança o extraordinário.” (Margarida Lima) “Tudo vale a pena se a alma não é pequena.” (Fernando Pessoa) “É melhor cair das nuvens que do 6º andar.” (Machado de Assis).

2. Declarações literais. É o que o outro diz, sem tirar nem pôr: O presidente criticou duramente o que os adversários chamaram de “oportunismo”. “Vou mudar o ensino médio”, disse o presidente Michel Temer. “Greve de militar tem nome – motim”, afirmou o governador.

3. Palavras usadas em sentido diferente do habitual (em geral com ironia): Os participantes dos arrastões querem “administrar” os bens dos banhistas. O presidente cedeu “cordialmente” à pressão dos congressistas.

4. Nome de capítulo de livro, poema, crônica, conto e similares: O conto “Dia da caça”, de Rubem Fonseca, faz parte do livro O cobrador. Conhece o poema “Vou-me embora pra Pasárgada”, de Manuel Bandeira? Li o artigo “As cidades e a prática da cidadania”, de Jaime Pinsky.

5. Apelido intercalado ao nome próprio: Maria das Graças “Xuxa” Menegel.
Olho vivo, marinheiro de poucas viagens. Se o apelido é incorporado oficialmente ao nome, xô aspas: Luiz Inácio Lula da Silva. (Lula era apelido. Virou nome com registro em cartório.)

Pontuação

Um texto caprichoso não cai do céu nem salta do inferno. É fruto da atenção plena. Pormenores aparentemente sem importância ganham relevo. Vale o exemplo das aspas. Ora elas abrigam o ponto. Ora deixam-no de fora. Como saber? A resposta é fácil como andar pra frente:

1. Se o período começa e termina com aspas, o ponto vai dentro da duplinha: “Não existe crime organizado. Existe polícia desorganizada.” A declaração é de Millôr Fernandes.

2. Se o período começa antes da citação, o ponto vai fora: Ninguém acredita na desculpa de que “parafuso frouxo detonou o apagão”.
Pontos de interrogação ou exclamação que integram a frase citada ficam dentro das aspas: Uma pergunta deve orientar todos os redatores: “O que eu quero com meu texto?”
Reparou? Nada de dose dupla. O ponto da citação vale para o período.

Aspas simples

Como tratar as aspas dentro das aspas? Só há um jeito – usar aspa solteirinha. Assim: “Catalão pede `humanização´da cozinha”. “Ele declarou que `faria o show´ mesmo contra a vontade do organizador.”

Leitor pergunta

Leio com frequência que alguém faz empréstimo “junto ao banco”, que a pesquisa foi feita “junto aos consumidores”, que o jogador foi contratado “junto ao Grêmio”. A locução junto de está corretamente empregada? Carolina Bastos, Betim.

Carolina, a duplinha junto de virou fora da lei. Usurpa o lugar de outras preposições. Melhor deixar a preguiça pra lá e buscar a forma nota 10: O recurso deu entrada no STJ (não: junto ao TSJ). Ele faz empréstimo no banco (não: junto ao banco). A pesquisa foi feita com consumidores (não: junto a consumidores). O jogador foi contratado do Grêmio (não: junto ao Grêmio).

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