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Por Redação O Sul | 29 de abril de 2017
Desdobramento da Lava-Jato, a Operação Satélites 2, deflagrada na sexta-feira pela PF (Polícia Federal), ampliou o cerco à cúpula do PMDB no Senado. Por ordem do ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), foram cumpridos mandados de busca e apreensão contra suspeitos de operar recebimento de propina em contratos da Transpetro, subsidiária da Petrobras.
As medidas foram solicitadas pela PGR (Procuradoria-Geral da República) para coletar provas contra suspeitos que teriam beneficiado os senadores Renan Calheiros (AL), Garibaldi Alves Filho (RN) e Romero Jucá (RR), além do ex-presidente José Sarney (AP), com o recebimento de valores indevidos. Os peemedebistas negam.
A investigação que deu origem à operação se baseou na delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, que revelou à PGR ter repassado, em 11 anos, R$ 100 milhões em propina aos peemedebistas. O dinheiro, supostamente oriundo de contratos da estatal, teria sido pago em espécie e por meio de doações oficiais.
A PF cumpriu dez mandados em Alagoas, Rio Grande do Norte, Sergipe, São Paulo e Distrito Federal para apurar crimes contra a administração pública, lavagem de dinheiro, corrupção e organização criminosa.
Um dos alvos foi o advogado Bruno Mendes, ex-assessor de Renan Calheiros, que foi gravado em uma das conversas de Machado entregues à Lava-Jato. O senador é suspeito de ter recebido R$ 32 milhões dos recursos supostamente desviados para o PMDB.
Também foram cumpridas medidas contra o ex-presidente do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) Lindolfo Sales, que foi chefe de gabinete de Garibaldi; Amauri Cezar Piccolo, assessor de Sarney; e uma ex-assessora de Jucá.
Machado contou que Garibaldi, em eleições, sempre o procurava solicitando recursos. O último encontro, de acordo com ele, se deu em 2014, quando o senador era ministro da Previdência.