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Economia Presidente da Confederação Nacional da Indústria pergunta ao ministro da Fazenda: quer nosso pescoço agora?

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Robson Andrade questionou insatisfação de Joaquim Levy sobre os cortes no Orçamento. (Foto: Wilson Dias/Abr)

O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Andrade, alfinetou no México o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que estaria insatisfeito com o que considera engajamento insuficiente do restante do governo da presidenta Dilma Rousseff ao ajuste fiscal, refletido no valor mais baixo de cortes no Orçamento do que ele defendia nos debates internos. “Quer nosso pescoço agora?”, questionou Andrade.

Para um contingenciamento de 69,9 bilhões de reais que foi anunciado na sexta-feira da última semana, em cerimônia à qual Levy faltou supostamente em protesto por ter sido derrotado, o ministro da Fazenda queria um corte entre 70 bilhões de reais e 80 bilhões de reais nas despesas federais.

“Ele conseguiu 70 bilhões de reais de corte, queria mais? Quer nosso pescoço agora?”, questionou Andrade, que comanda a mais importante entidade empresarial do Brasil. “Ele teve os 70 bilhões de reais, fora o aumento de receita.”

No entanto, o dirigente não se alinha ao ministro do Planejamento, Nelson Barbosa. Na queda de braço interna do governo, Levy está pressionando por um ajuste focado em cortes de despesas, enquanto Barbosa – em sintonia com o PT e com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – defende que também seja incluído um aumento de impostos, centrado nos mais ricos (fortunas, herança, propriedades, etc.), para poupar investimentos e garantir sobra para o social.

“Eu sou mais da turma do corte de gastos, mas não de investimentos. De despesas [correntes]. Aumentar impostos, ninguém aguenta mais. A indústria e a sociedade não aguentam mais pagar impostos. Chega!”

Andrade foi à capital mexicana como parte da delegação empresarial brasileira que acompanhou a visita de Estado da presidenta.

De acordo com o presidente da CNI, a mandatária não comentou a conjuntura doméstica em reunião com dirigentes de empresas brasileiras, como Marcelo Odebrecht, André Reinaux (Gerdau América Latina), André Nogueira (JBS América do Norte), Fernando Pimentel (Abit – Associação Brasileira da Indústria Têxtil) e Synésio Batista da Costa (Abrinq – Associação Brasileira da Indústria de Brinquedos).

A chefe do Executivo encerrou a visita à noite, ao lado do presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, no Seminário Empresarial Brasil-México, ao qual compareceram mais de 70 empresários brasileiros e cerca de 150 mexicanos. O encontro foi organizado em parceria pela CNI, a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), e o Conselho Empresarial Mexicano de Comércio Exterior, Investimento e Tecnologia.

Acordo – A CNI considerou positivo o Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos que a presidenta assinou na terça-feira com o presidente do México. Para a indústria brasileira, o ajuste aumentará a segurança jurídica e fortalecerá o ambiente institucional para investimentos. “É uma ótima notícia o Brasil facilitar investimentos no México, que é um importante parceiro brasileiro. Os acordos são o melhor caminho para o Brasil atingir o mercado externo. Posteriormente, precisamos debater questões importantes, como o crédito para financiar investimentos e a bitributação”, disse Andrade.

O acerto cria regras para reduzir os riscos políticos dos investimentos bilaterais, além de aumentar o apoio governamental aos investidores. Na avaliação da CNI, investir fora do Brasil permite que as empresas acessem novos mercados, aumentem as exportações e a produtividade. Em março deste ano, o Brasil assinou os dois primeiros convênios de investimentos com Moçambique e Angola.

Andrade também reforçou a necessidade do Brasil negociar a ampliação do ajuste comercial com o México. Pesquisa feita pela entidade com 43 associações setoriais mostrou que 87% têm interesse em retomar as negociações de ampliação do acerto de comércio, o Acordo de Complementação Econômica 53, vigente desde 2002. O atual contempla cerca de 800 produtos, sendo que apenas 45% desses têm tarifa zero. A pauta de exportações brasileiras para o México, porém, é bem mais ampla. A CNI levantou que outros 4,8 mil produtos não são contemplados pelo acordo. O México é o quarto maior destino das exportações brasileiras de bens industriais.

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https://www.osul.com.br/presidente-da-confederacao-nacional-da-industria-pergunta-ao-ministro-da-fazenda-quer-nosso-pescoco-agora/ Presidente da Confederação Nacional da Indústria pergunta ao ministro da Fazenda: quer nosso pescoço agora? 2015-05-28
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