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Colunistas Quando Harari Chorou – Parte 1

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Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

O escritor israelense, Yuval Noah Harari, tem se notabilizado não somente pelo extraordinário sucesso editorial, mas também pelas lentes negativas com as quais enxerga o futuro. Os futurólogos sempre tiveram um papel de destaque na literatura política e de alta gestão. Quer por anteciparem questões de interesse e curiosidade coletivos, quer por sinalizarem objetivamente para onde caminham a economia, os costumes e os destinos da própria sociedade.

A partir de 1950, o austríaco Peter Drucker, considerado “o pai da administração”, passou a noticiar o surgimento de um movimento que o tempo tratou de confirmar: a ascensão do trabalhador do conhecimento, fenômeno que potencializou aquilo que hoje chamamos de sociedade cibernética. O desdobramento dessa nova realidade impôs às pessoas e às organizações, inéditos e crescentes desafios, especialmente na questão do emprego, e no surgimento de novas ocupações que exigiram e continuam a exigir competências cada vez mais sofisticadas para um produtivo diálogo com a nova realidade. Drucker, por sua profunda compreensão sistêmica e prospectiva, conseguia vislumbrar que o aumento da longevidade da população, combinada com uma crescente importância da educação ao longo da vida, obrigaria um repensar permanente no modo como deveríamos aprender e de que forma nos reinventaríamos para uma segunda ou terceira profissão.

Um pouco mais adiante, Alvin Toffler, outro notável pensador, surgia na mesma esteira de Drucker, reforçando que as mudanças em curso apontavam para o surgimento de uma grande metamorfose, a qual Toffler chamou de terceira onda. Nesse conceito, os dados passaram a adquirir o status de um “novo petróleo”, transformando a informação no insumo mais estratégico para a nova economia que despontava. Mais tarde, o mesmo Toffler sustentou que ingressaríamos na quarta onda, representada pela sustentabilidade dos negócios e dos governos, visão na qual o equilíbrio seria mais importante do que o crescimento puro e simples da economia.

Nos anos 90 do século passado, os pesquisadores, John Naisbitt e Patricia Aburdene visualizaram a extraordinária epopeia econômica dos países asiáticos, tendo a China como seu maior expoente. O trabalho de Naisbitt e Aburdene, de certa forma, antecipou com notável precisão, a enorme integração que as tecnologias de comunicação proporcionam, tornando o mundo hiper conectado e altamente impactado por inovações cada vez mais intensas. De fato, o mundo hoje está muito mais volátil, incerto, complexo e ambíguo, talvez bastante além do que os mais arrojados futurólogos conseguiram prever.

Nenhum dos intelectuais acima, entretanto, conferiu ares de dramaticidade às mudanças futuras, como o israelense Yuval Harari.

Harari conseguiu a proeza de emplacar três livros simultaneamente entre os mais vendidos no Brasil e vem se destacando pela excepcional capacidade de juntar passado, presente e futuro, prospectando cenários e alertando sobre os riscos dessas mudanças monumentais para todos nós, cujos sinais já estão sendo percebidos. O autor israelense antevê para os próximos anos, desafios inéditos e assustadores. Falarei do que está tirando o sono de Yuval Harari no próximo artigo.

 

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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https://www.osul.com.br/quando-harari-chorou-parte-1/ Quando Harari Chorou – Parte 1 2019-12-05
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