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Saúde Relacionamentos abusivos: entenda o que são, quais os sinais e como sair deles

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Violência física, sexual e verbal, além da restrição da liberdade do outro, são características de relacionamentos abusivos. (Crédito: Reprodução)

Carla, que não quer ter o nome verdadeiro revelado, fez uma viagem com a turma da escola. Estava muito calor, quase 40 graus, e ela queria usar roupas curtas, como todas as suas amigas. Ao sair do quarto, no entanto, deparou-se com o olhar de reprovação de seu namorado, que opinava que ela estava vestida de maneira inapropriada. “Voltei para o quarto e coloquei o shorts mais comprido que eu tinha. Passei o resto da viagem usando a mesma roupa para agradá-lo”, relembra a estudante, hoje com 21 anos.

Características. 

Namoros como o que Carla teve aos 16 anos são chamados de relacionamentos abusivos. Eles se caracterizam pelo desequilíbrio de poder, e este pode acontecer tanto na esfera psicológica quanto física, “o que leva uma das partes a uma condição de subordinação e inferiorização”. “Eram muitas ordens: ‘você não pode usar roupas curtas nem decote, não pode ir para balada, não pode beber quando eu não estiver junto’. Me afastei de todos os meus amigos, não saía no fim de semana com minhas amigas”, lembra.

A psicóloga Joana Singer aponta que há diferentes sinais de que um relacionamento é abusivo. Alguns são mais claros, como a violência física, sexual ou verbal, mas há outros menos perceptíveis, como no caso de Carla. “Restrição paulatina da liberdade do outro, cerceando, por exemplo, o crescimento profissional, a abstinência sexual como forma de controle, a desmoralização frequente da outra pessoa em público, as demonstrações de ciúmes exageradas, entre outras”, explica.

A percepção de que vivia um relacionamento abusivo só veio tempos depois que Carla acabou o namoro, quando se aproximou do movimento feminista e percebeu que outras mulheres já tinham passado por situações similares, como Luana, 21, que também não deseja revelar a identidade.

“A culpa é sempre da mulher”.

Ela, uma atriz, conheceu o ex-namorado por um aplicativo e conta que ele parecia ser cavalheiro, bonzinho, calado e tinha uma história de vida que condizia com as exigências que fazia a ela. “A gente vive em uma sociedade que assimila amor ao ciúme e à possessividade. Como podemos notar alguma coisa? A culpa é sempre da mulher.” Sentir-se responsável pela situação era um sentimento comum entre Luana e Carla. Ela conta que, quando brigava com o namorado, trancava-se no quarto e chorava, mas nunca o culpava.

Joana explica que é comum que a pessoa na posição de submissão tenha sua personalidade e autoestima muito fragilizadas. “O agressor costuma fazer com que a vítima se sinta culpada, incapaz e envergonhada. Existe um grande jogo de manipulação”, expõe. E há características comuns tanto entre abusados quanto abusadores. Joana observa que o oprimido, muitas vezes, é uma pessoa que já apresenta problemas de autoestima e autoconfiança. “É justamente na ‘falha’ que o abusador consegue atuar”, diz a psicóloga. Ela acrescenta que, frequentemente, o opressor tem humor instável e dificuldade em ser contrariado ou frustrado.

Traumas podem exigir ajuda profissional. 

Ter um namoro abusivo pode marcar quem o viveu. Joana explica que algumas consequências podem ser a perda de autonomia, destruição da estima, e desenvolvimento de quadros psiquiátricos, como depressão, transtornos ansiosos e até pós-traumáticos, entre outros. Ela adiciona que é comum que o abusado pense que não merece outro tipo de relação, “ou que nunca mais conseguirá achar outra pessoa”. Conforme a especialista, família e amigos podem ajudar fortalecendo a autoestima da vítima, além de criar uma rede de apoio para o fim do relacionamento. “No entanto, em muitos casos, faz-se necessária a ajuda profissional”, diz.

 

 

 

 

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