Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 2 de setembro de 2015
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Uma sessão temática do Senado, nessa quarta-feira, destinada a trata de soluções para a grave situação financeira das santas casas e hospitais filantrópicos em todo o país foi simplesmente ignorada pelo ministro da Saúde, Artur Chioro, que, apesar de convidado, não compareceu e sequer mandou representante.
As galerias ficaram lotadas por representantes dessas casas de saúde, hoje responsáveis por quase metade dos atendimentos no país. Em gráfico, o diretor-geral da Santa Casa de Porto Alegre, Júlio Dorneles de Matos, demonstrou que a parcela de contribuição do governo federal despencou de 75% na década de 80 para 42% neste ano.
Uma das idealizadoras do debate aberto e com dados consistentes, a senadora Ana Amélia, do PP gaúcho, disse que a sessão temática permitiu a apresentação de um plano para reestruturação do setor. A parlamentar criticou o ministro Artur Chioro por não ter comparecido e nem ter enviado alguém para representá-lo.
— Se não fizermos nada, estaremos criando a tragédia completa, com pacientes chegando nas Santas Casas e encontrando as portas fechadas. A situação é insustentável. Um caminho foi apresentado, com a criação de uma linha especial de crédito, com benefícios semelhantes aos que tantos outros setores já receberam — ressaltou Ana Amélia.
A proposta foi apresentada por Julio Dorneles de Matos. Também foi solicitado apoio para que o BNDES autorize a concessão de nova linha de crédito, da ordem de R$ 21,5 bilhões, suficientes para zerar as dívidas, com juros de 0,5% ao ano. Presente, o diretor de Projetos Sociais do BNDES, Henrique Ferreira, informou que o banco vai estudar a proposta de refinanciamento.
— Também somos obrigados a seguir as regras do Banco Central quanto às análises de risco de crédito. O setor apresenta uma dificuldade nos seus planos de reestruturação no que tange a receitas e custos — ressaltou Ferreira, em referência aos problemas financeiras do setor.
Como representante da Caixa Econômica Federal, o superintendente de negócios, José Ricardo Martins Veiga, afirmou que a instituição quer se engajar no esforço de recuperação das instituições de saúde. Somente neste ano, informou, os repasses para as Santas Casas chegaram a R$ 650 milhões. O banco estuda aumentar os repasses e trocar a taxa Selic por um outro referencial.
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