| Superburaco negro põe em xeque a teoria da evolução das galáxias
Por Redação O Sul | 5 de outubro de 2015
Um superburaco negro em uma galáxia descoberta recentemente está intrigando os astrônomos: ele é 350 milhões de vezes maior que o Sol. Esse tamanho colossal gera dúvidas sobre as teorias aceitas atualmente para explicar a evolução das galáxias, segundo a organização britânica Sociedade Astronômica Real.
Fora dos padrões.
O buraco negro não se encaixa nas teorias atuais porque tem uma massa muito maior do que a galáxia em que está situado comportaria – de acordo com as teorias aceitas atualmente. Segundo os astrônomos, o superburaco negro é 30 vezes maior do que se esperaria para a galáxia SAGE0536AGN.
“Galáxias têm uma massa grande, assim como seus buracos negros. Mas esse é realmente grande demais – não deveria ser possível que fosse desse tamanho”, observa Jacco van Loon, astrofísico da Universidade Keele (Reino Unido) e autor do estudo.
A galáxia tem cerca de 9 bilhões de anos de idade e fica a 2 bilhões de anos-luz da Terra. Ela foi descoberta recentemente por meio do Telescópio Espacial Spitzer da Nasa (agência espacial americana). Como a galáxia foi descoberta sem querer, ainda precisa ser estudada em detalhes, explica a Sociedade Astronômica Real. Isso permitirá concluir se a SAGE0536AGN é um fenômeno excepcional ou uma nova classe de galáxias.
A identificação do novo sistema estelar.
A galáxia SAGE0536AGN foi descoberta pelos astrônomos atrás da Grande Nuvem de Magalhães em 2011. Esse sistema estelar contém um núcleo galáctico ativo, um objeto incrivelmente brilhante resultante do acréscimo de gás por um buraco negro supermassivo central. Esse gás é acelerado a velocidades muito elevadas devido ao campo gravitacional imenso do buraco negro, fazendo com que esse material emita luz.
Usando o Grande Telescópio Sul Africano, os astrônomos observaram que uma linha de emissão de hidrogênio no espectro galáxia é ampliada através do efeito Doppler (fenômeno físico observado nas ondas quando emitidas ou refletidas por um objeto que está em movimento com relação ao observador).
O grau de alargamento implica que o gás se move em alta velocidade, resultado do forte campo gravitacional do buraco negro. A partir desses dados foi possível calcular a massa do buraco negro, ou seja, quanto mais massa ele possui, mais ampla é linha de emissão de hidrogênio.
Crescimento acelerado.
Em sistemas estelares normais o buraco negro iria crescer ao mesmo ritmo que a galáxia, mas em SAGE0536AGN ele tem crescido muito mais acelerado – ou a galáxia parou de crescer prematuramente. Por ter sido encontrada por acidente, podem existir mais de tais objetos na nova galáxia à espera de serem descobertos.
No entanto, somente o tempo dirá se SAGE0536AGN é realmente um fenômeno excêntrico do espaço, ou simplesmente a primeira de uma nova classe de galáxias.
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