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Por Redação O Sul | 3 de dezembro de 2017
O presidente da República, Michel Temer, reúne-se neste domingo (3), às 19h, com líderes da base aliada, em jantar na residência do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. A assessoria do Palácio do Planalto também confirmou um almoço, no Palácio da Alvorada, às 14h. A julgar por esses encontros, a semana será de reuniões e articulações da base para reunir os 308 necessários para aprovar a reforma da Previdência na Câmara. Será uma semana é de “mobilização total”, segundo um interlocutor do governo.
O governo precisa trabalhar rápido, porque o último dia de atividades no Congresso, antes do recesso parlamentar, é 22 de dezembro.
O presidente de Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou, na semana passada, que faltam “muitos votos” para que seja possível aprovar a reforma da Previdência. “Estamos tentando construir o texto em cima dos 308 votos [apoio necessário para aprovação]. Mas a gente sabe que está muito longe disso ainda, muito longe mesmo”, disse Maia após evento, na última quinta-feira (30).
Para o jantar, são esperados os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles; do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Dyogo Oliveira; da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab; da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marco Pereira; dos Transportes, Maurício Quintella; das Cidades, Alexandre Baldy; e da Casa Civil, Eliseu Padilha. O secretário da Previdência Social, Marcelo Caetano, também participam do almoço, segundo o Palácio do Planalto.
Entre os presidentes de partidos, são aguardados no encontro os dirigentes do PMDB, PP, PSD, DEM, PRB, PTB, Solidariedade e PSC. O líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), o líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (SP), e o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), também estão na lista de convidados.
Base desarticulada
O governo ainda está longe de atingir o número necessário de votos para aprovar a reforma da Previdência. Foi o que afirmou o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). “Se não tiver voto, não vamos marcar a data. Falta muito, mas não fiz a conta, então não vou falar um número. A base não está articulada como deveria”, disse.
Maia ressaltou a importância do PSDB para a votação, mas sinalizou que as mudanças sugeridas pelo partido dificilmente serão aceitas. “As propostas inviabilizam a reforma, seriam mais de R$ 100 bilhões de perda do ajuste fiscal. O partido está desembarcando do governo.
Maia afirmou também que a base do governo ficou desgastada após as duas denúncias contra o presidente Temer. “Mesmo parte daqueles que compreendem a importância não confirmaram.”
Ao menos 220 deputados votariam contra a proposta de reforma da Previdência, e apenas 46 deputados apoiam totalmente o texto, que estabelece idade mínima de 65 anos (homens) e 62 anos (mulheres) para aposentadoria, além de mudar a fórmula de cálculo do benefício.