Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 19 de maio de 2017
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
A cada dia, novos disparos. Quando o delator revela que houve a distribuição de propina a 1 mil e 829 candidatos, cria-se a convicção de que o objetivo era registrar o PJBS no Tribunal Superior Eleitoral. Um partido para dispensar intermediários. A meta exclusiva seria de tratar dos interesses do frigorífico que assumiu proporções mundiais graças à retribuição dos favores.
Fio da meada
As investigações localizaram detentores de funções no setor público para os quais a desfaçatez e a transgressão da lei eram problemas menores. Uma espécie de regra e tradição do País. Pagam o preço.
Visão de especialista
O advogado Joel José Cândido, um dos mais notáveis especialistas em Direito Eleitoral do País, ao avaliar a gravação apresentada contra o presidente Michel Temer, cita quatro adjetivos: dúbia, incerta, ambígua e inconclusiva. Assinala que o último termo foi usado ontem pela Folha de São Paulo em uma de suas manchetes.
Hipóteses
O futuro do presidente da República poderá ser determinado pelo julgamento da chapa PT-PMDB no Tribunal Superior Eleitoral, a 6 de junho. Em caso de absolvição, Michel Temer sairá fortalecido, apesar dos episódios delatados pelos donos da JBS. Se for condenado, deverá recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) com chance de obter liminar para permanecer no cargo. Decisões anteriores, com circunstâncias semelhantes, têm afastado detentores de mandatos nos Legislativos. Em processos que envolvem o Executivo, a tendência é manter no cargo até a decisão final. Nessa hipótese, o STF não se manifestaria antes do começo de 2018.
Para tirar a dúvida
Tasso Jereissati é o novo presidente nacional do PSDB. Na próxima semana, ouvirá questionamento de líderes tucanos gaúchos sobre as intervenções determinadas há dois anos por Aécio Neves. O critério do mineiro foi não permitir eleições nos diretórios municipais e estaduais onde o partido não tinha atingido 6% do total de votos. Foi o que determinou a indicação do então deputado federal Nelson Marchezan Júnior para comandar o partido no Estado.
Por pouco
O projeto que socorre Estados falidos foi aprovado no Senado, na quarta-feira, 20 minutos antes de as denúncias contra o presidente Michel Temer tornarem-se públicas, esvaziando o plenário. A senadora Ana Amélia Lemos, escolhida para ser relatora do texto, comentou ontem que a sorte ajudou o Rio Grande do Sul, incluído entre os beneficiados.
Após acordo entre os líderes das bancadas, que resultou na aceitação da urgência para a matéria, haveria a necessidade do intervalo de duas sessões para a votação. Ana Amélia convenceu que a formalidade poderia ser deixada de lado.
Com a crise, não há previsão de quando o painel eletrônico do Senado voltará a ser movimentado.
Tempo do achaque
A 20 de maio de 1987, o ministro da Fazenda, Bresser Pereira, enviou ao presidente José Sarney projeto de decreto que reduziria o empréstimo compulsório de 30 por cento cobrados na venda de automóveis. Era consequência de informações sobre o declínio da indústria automobilística. O compulsório se estendia à compra de passagens aéreas para o exterior e vigorava desde 23 de julho de 1986. Os recursos se destinavam ao Fundo Nacional de Desenvolvimento, que jamais apresentou publicamente seus resultados.
Como o governo tudo pode e tudo faz…
Crescimento
Diferença de 22 bilhões de reais a mais em um ano. A 20 de maio de 2016, o Jurômetro tinha atingido 133 bilhões de reais. Valor pago para rolar a dívida do governo federal. Ontem, bateu nos 155 bilhões de reais.
Diagnóstico
Frase ouvida numa roda de médicos ontem: “Se a Odebrecht causava calafrios, a JBS provoca febre alta”.
Na expectativa
Se José Dirceu falasse…
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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