Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 17 de novembro de 2018
O Ministério Público do Paraguai confirmou a informação de que o narcotraficante Marcelo Fernando Pinheiro da Veiga, conhecido como Marcelo Piloto, matou uma jovem de 18 anos dentro de sua cela no presídio em Assunção, no Paraguai. O boletim de ocorrência foi registrado pela polícia paraguaia neste sábado (17).
Lidia Meza Burgos visitava Marcelo Piloto pela segunda vez, conforme a polícia. Por volta das 13h50min, o guarda que fazia ronda ouviu gritos vindos da cela de Piloto, e ao verificar, encontrou a mulher caída no chão, ensanguentada. Ela foi encaminhada para atendimento médico, mas não resistiu.
De acordo com o promotor do Ministério Publico do Paraguai, Hugo Volpe, Marcelo Piloto teria matado a jovem utilizando uma faca de mesa. Neste momento, está sendo feita a necropsia no corpo de Lidia, mas informações preliminares dão conta de que teriam sido 16 golpes.
Assassinato seria tentativa de impedir extradição
O Ministério Público paraguaio acredita que o assassinato da jovem seja “uma atitude extrema de Piloto para impedir sua extradição”, autorizada pela justiça paraguaia no dia 30 de setembro.
De acordo com a decisão, ele só poderia ser entregue às autoridades brasileiras depois da conclusão de dois processos abertos no país vizinho: um por homicídio e outro por produção de documentos falsos e violação da Lei de Armas – este último julgado na sexta-feira (16).
Na audiência, Piloto manifestou recusa à juiza e ao promotor do caso, segundo o Ministério Público paraguaio, na tentativa de prolongar a burocracia e adiar sua extradição.
Segundo Volpe, que está no caso, a apelação de Piloto para que não seja extraditado está em segunda instância e deve ser julgada em cerca de 15 dias, porém, se comprovada a culpa dele na morte da jovem, sua permanência no Paraguai ainda será analisada pela Justiça.
No dia 12, a sócia do advogado de Marcelo Piloto, Laura Casuso, foi executada em Pedro Juan Caballero. Ela defendia outro narcotraficante brasileiro, Jarvis Pavão, e chegou a atuar em processos de Piloto, em parceria com Jorge Prieto, segundo o promotor do Ministério Público Paraguaio.
A advogada Laura Marcela Casuso, tinha 54 anos. De acordo com a polícia paraguaia, Laura Casuso participava de uma reunião com um grupo de mulheres em um bairro afastado da região central de Pedro Juan Caballero. Na saída, ela é abordada por um homem encapuzado que atira várias vezes e foge em uma caminhonete preta.
Uma mulher que estava na reunião prestou depoimento no Ministério Público. De acordo com German Areválos, chefe da investigação, até o momento, a polícia dispõe de poucas informações. O celular da vítima ainda não foi encontrado. Os investigadores buscam informação do carro usado pelos atiradores.
Extensa ficha criminal
Marcelo Piloto possui extensa ficha criminal, que além de tráfico e associação para o tráfico, inclui crimes de homicídio, latrocínio e roubos. Quando foi preso, há quase um ano, a investigação apontou que estava escondido há anos no Paraguai, de onde enviava armas, drogas e munição para abastecer as favelas dominadas pela maior facção criminosa do Rio de Janeiro.