Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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Na entrevista ao jornalista Roberto D’Ávila, da Globo News, ontem à noite (dia 18), o ex-presidente Lula disse que “chegamos a dezembro do ano passado com o menor nível de desemprego desse país. Eu me sentia um norueguês”, mesmo sem falar a língua do pequeno país nórdico da Europa setentrional. A sensação de migrar teve preço que pagamos hoje, a partir dos bilhões em isenções fiscais e dos gastos públicos muito acima da receita. Restou uma conta pesada.
Vamos às comparações com base em dados coletados recentemente pela revista Época:
na Noruega, a arrecadação de impostos atinge 36 por cento do Produto Interno Bruto, considerada alta na Europa, mas o equivalente à do Brasil.
Um maço de cigarros cerca de 40 reais; uma cerveja long neck 30 reais. O aluguel de um apartamento de um quarto pequeno, em torno 7 mil reais. O passe de transporte para uma semana, dando direito a usar bonde, ônibus ou metrô em Oslo custa cerca de 80 reais. Tudo muito caro, porque os impostos são altos.
A eficiência com que funciona o país permite ver como são revertidos para tudo o que precisa. Um exemplo claro disso é que existe no transporte público um sistema claro baseado na confiança e consciência. As pessoas entram e sentam, descem onde querem e não mostram nada a ninguém, ou seja, qualquer um poderia entrar sem pagar. Mas o imposto desse passe caro de transporte pode ter sido aplicado em educação, o que gerou cidadãos conscientes de que, se não pagarem a passagem, simplesmente não funcionará.
O cidadão norueguês tem do nascimento ao fim de sua vida tudo bancado pelo governo. A licença maternidade é de nove meses e a lei obriga que o pai também tire cerca de três meses para ficar com o bebê. O governo ainda paga para que a mãe cuide da criança e exige que as empresas tenham no mínimo 40 por cento de mulheres empregadas.
Lula sonhou com a Noruega, onde a aplicação do dinheiro público segue critérios rigorosos, sem desperdícios ou falcatruas. A noção do interesse público fica bem acima do pessoal. Diferentemente da República dos Trópicos.
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