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Brasil Um estudante de escola paga tem o dobro da chance de entrar na faculdade, apontou um estudo do IBGE

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79,2% dos estudantes que completam o ensino médio na rede privada ingressam no ensino superior. (Foto: Victor Hugo Junior/Unioeste/Divulgação)

Estudantes da rede privada que completam o ensino médio têm o dobro das chances de ingressar numa faculdade do que alunos da rede pública, mostram dados da Síntese de Indicadores Sociais, divulgada na quarta-feira (5) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

De acordo com a pesquisa, que faz um cruzamento de diversos indicadores divulgados pelo órgão ao longo do ano, 79,2% dos estudantes que completam o ensino médio na rede privada ingressam no ensino superior. Na rede pública, esse percentual cai drasticamente — para 35,9%.

Essa diferença não é explicada apenas pela qualidade de ensino das redes pública e privada. Segundo o IBGE, o perfil socioeconômico também exerce influência, uma vez que o rendimento das famílias limita ainda mais o acesso de quem estudou na escola pública.

Além da desigualdade de renda, a racial também se faz presente nesse indicador. Dois estudantes da rede privada, um de cor branca e outro de cor preta ou parda, também têm probabilidades diferentes de ingressar no ensino superior — de 81,9% e 71,6%, respectivamente.

O estudo do IBGE detalhou os motivos que levam pessoas de 18 a 29 anos a não estudar. Do total de brasileiros nessa faixa etária, 52,5% dos homens não estudam porque estão trabalhando ou procurando trabalho. Entre as mulheres, 39,5% não estudam porque cuidam de afazeres domésticos.

A decisão de não estudar tem efeitos sobre o futuro profissional de cada um. Dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o Brasil é onde mais vale a pena ter ensino superior no mercado de trabalho, segundo a pesquisa do IBGE.

Frequência em escola ou creche

Apesar da proporção de crianças de 0 a 5 anos que estavam frequentando escola ou creche ter subido de 50,7% para 52,9% de 2016 para 2017, o Brasil ainda se encontra abaixo da média dos países da OCDE, segundo a Síntese de Indicadores Sociais divulgada pelo IBGE.

A pesquisa também analisou outros aspectos, como a desigualdade no acesso à escola ou creche por raça ou cor, renda e situação do domicílio. Além do ensino infantil, o estudo coloca dados do ensino superior, com indicativos de nível de graduação por região, distribuição de estudantes nas redes pública e privada e motivos que impedem jovens de continuar a estudar.

No ranking de 35 países, o Brasil ocupa a 27ª posição em relação às crianças com 4 anos de idade, com frequência de 87,1%, enquanto a média da OCDE é de 88%. Além do Brasil, apenas quatro desses países estabelecem ensino obrigatório nessa idade. Os resultados dos países da OCDE são para o ano de 2016, enquanto os do Brasil estão atualizados para 2017.

Nas regiões Norte e Centro-Oeste do País, as mais distantes da meta de universalização da educação, quase um terço das crianças não frequenta escola ou creche por não haver estabelecimento na localidade ou por falta de vaga nas escolas ou creches existentes.

O levantamento de educação da Síntese de Indicadores Sociais usa como principal fonte de dados a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). Além dela, também foram usadas pesquisas do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) e o relatório anual elaborado pela OCDE.

De acordo com o relatório do IBGE, em 2017, nenhuma unidade da federação já atingiu a meta de universalização da educação do PNE (Plano Nacional de Educação). A situação é mais crítica na faixa etária de 0 a 3 anos, que tem meta de 50% de frequência à escola ou creche, mas que atingiu 32,7%.

Os dados do IBGE apontam que o pior índice é da região norte, com 16,9% de taxa de frequência. O prazo do PNE para o cumprimento da universalização termina em 2024.

Além das desigualdades regionais, a cor ou raça, a localização do município, o nível de instrução do morador mais escolarizado do domicílio e a renda domiciliar per capita são fatores que marcam a desigualdade de acesso.

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