Sábado, 01 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 24 de julho de 2025
Enquanto o celular aparece cada vez mais presente nas casas brasileiras, o número de domicílios que possuem rádio está caindo. Em 2024, 41,2 milhões de famílias não tinham o dispositivo em casa, o equivalente a 51,5% do total. Essa é a primeira vez que essa fatia supera a de lares que têm o aparelho, desde que a posse desse item começou a ser pesquisada, em 2022.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) de Tecnologia da Informação e Comunicação, divulgada nessa quinta-feira (24) pelo IBGE.
Em apenas um ano, 2,3 milhões de domicílios deixaram de ter rádios. Embora a pesquisa do IBGE não contemple os motivos da queda, ela pode ser associada a uma possível substituição do uso do aparelho por plataformas de streaming de música, que podem ser acessadas por celulares, TVs e notebooks, além do consumo de notícias a partir da internet.
“Tem a ver com o fato de que a Internet absorve todas as outras mídias. Isso não significa que o rádio e o consumo de conteúdo por áudio estejam em declínio, pelo contrário. Tudo isso acaba indo para a internet. Muita gente ouve rádio pela rede. E novos formatos de conteúdo auditivo também vão ganhando espaço, como os podcasts”, explica Ronaldo Lemos, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro.
Mas não é só o rádio que vem desaparecendo nos lares de famílias brasileiras: os domicílios com televisão também estão diminuindo. Embora a maioria da população ainda possua TVs em casa, o percentual caiu de 94,3% em 2023 para 93,9% em 2024, alcançando 75,2 milhões de pessoas.
Os domicílios com computador também tiveram queda, passando de 39% para 38,6% no período, reforçando tendência de anos anteriores.
O único aparelho cuja presença continua crescendo é o celular, que já alcança 97% dos domicílios, como mostra a pesquisa. Por outro lado, seu antecessor, o telefone fixo convencional, só foi utilizado em 7,5% das casas brasileiras em 2024.
TV por assinatura
O percentual de domicílios com televisão que tinham acesso a serviço de TV por assinatura caiu para 24,3% em 2024, chegando ao menor valor da série. Se em 2016, quando a pesquisa começou a ser feita, o principal motivo para não contratar o serviço era o preço, agora a maior parte dos lares disse não ter interesse pelo serviço.
Segundo o IBGE, uma das razões pode ser a utilização de outros meios para o lazer, como o streaming de vídeos e filmes.
Enquanto o número de lares sem recepção de canal aberto ou fechado vem aumentando nos últimos anos, o streaming só cresce: em 2024, 43,4% dos domicílios do país com televisão tinham acesso ao serviço — no ano anterior eram 42%.