Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 26 de dezembro de 2019
"Nós passamos, acredito eu, pelo pior”, disse Dirceu
Foto: Lula Marques/Fotos PúblicasEm mensagem de fim de ano distribuída a seus apoiadores nesta quinta-feira (26), o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu disse que 2019 “foi um ano de vitória” e que o pior já passou. “Foi um ano de vitória. Lula livre. Nós passamos, acredito eu, pelo pior”, disse Dirceu no áudio distribuído via rede social.
O ex-ministro foi solto no dia 8 de novembro poucas horas depois do ex-presidente Luiz Inácio Lula Silva. Ambos foram beneficiados pela decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que extinguiu a prisão após condenação em segunda instância.
Condenado a 30 anos, nove meses e dez dias de prisão na Lava-Jato por corrupção e lavagem de dinheiro, Dirceu estava preso desde maio deste ano depois de ser condenado pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4.ª Região) em processo que envolve o recebimento de R$ 7 milhões em propinas por contratos superfaturados da Petrobras com a empresa Apolo Tubulares.
Foi a terceira passagem de Dirceu pela cadeia por corrupção desde o escândalo do mensalão. Antes ele havia sido preso em 1968, pela ditadura militar, durante o congresso da União Nacional dos Estudantes em Ibiúna.
Na mensagem, Dirceu agradece o apoio que teve de simpatizantes durante a série de viagens que fez pelo Brasil para promover sua autobiografia “Zé Dirceu: Memórias volume 1”.
“Sou otimista com relação ao nosso futuro. Vamos retomar o fio da história. Vamos construir um Brasil justo, livre e soberano. Um Brasil que cuida da sua terra e do seu povo não é este País de [Jair] Bolsonaro, [Sérgio] Moro e [Paulo] Guedes, é o Brasil de Lula, o Brasil daqueles que tombaram lutando pela liberdade, pela democracia mas também pelo socialismo”, disse o ex-ministro.
Nas palestras que fez durante o lançamento de seu livro, Dirceu fez previsões menos otimistas do cenário político depois da eleição de Bolsonaro e disse que o domínio da direita vai se estender por anos.
No áudio distribuído nesta quinta-feira, apesar do otimismo, ele diz que a “luta será longa”. “É hora de lutar, combater, não apenas resistir. Temos que construir uma alternativa a este desgoverno. E podemos construir. Depende só de nós. Superamos já a dor e o sofrimento e olhando com otimismo e alegria o futuro. Sem ilusões. Sabemos que a luta será longa e prolongada mas sabemos que vamos retomar o fio da história”, completou o ex-ministro petista.