Sexta-feira, 12 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 11 de setembro de 2025
Ministra Cármen Lúcia também reforçou que os atos não foram improvisados, mas planejados como parte de uma estratégia de ruptura democrática
Foto: Antonio Augusto/STFA ministra Cármen Lúcia, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou nesta quinta-feira (11) que os ataques de 8 de janeiro de 2023 contra as sedes dos Três Poderes não podem ser tratados como um episódio trivial. A ministra foi a quarta a votar no julgamento da suposta trama golpista, em que são réus o ex-presidente Jair Bolsonaro, ex-auxiliares e militares por golpe de Estado.
“O 8 de janeiro de 2023 não foi um acontecimento banal, depois de um almoço de domingo, quando as pessoas saíram para passear. O inédito e infame conjunto de acontecimentos havidos ao longo de um ano e meio para inflar, instigar por práticas variadas de crimes, quando haveria de ter uma resposta no direito penal”, disse a ministra, em seu voto no julgamento da suposta trama golpista.
Cármen também reforçou que os atos não foram improvisados, mas planejados como parte de uma estratégia de ruptura democrática. “Todos os empreendimentos que espalham os seus tentáculos de objetivos autoritários são ações plurais, pensadas, executadas com racionalidade, na busca da finalidade específica”, completou.
Julgamento
Na Primeira Turma do STF, Cármen Lúcia é a quarta a votar na ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus, acusados de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa, dano ao patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
Até o momento, o placar está em 2 a 1: Alexandre de Moraes e Flávio Dino votaram pela condenação, e Luiz Fux, pela absolvição. Ainda falta o voto de Cármen Lúcia (em andamento) e do presidente da Turma, ministro Cristiano Zanin.