Domingo, 18 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 16 de agosto de 2020
O Brasil acumula uma dívida total junto à ONU (Organização das Nações Unidas) de US$ 383,5 milhões, dos quais US$ 113 milhões deverão ser pagos neste ano impreterivelmente até dezembro, sob a pena de o País perder o direito de voto a partir de 1º de janeiro. As informações são da coluna de Guilherme Amado, da revista Época.
Do montante de US$ 383,5 milhões, US$ 261 milhões são devidos aos orçamentos de operações de manutenção da paz e US$ 118,7 são do orçamento regular da ONU. O Brasil deve outros US$ 3,5 milhões ao orçamento dos tribunais penais da ONU.
Acordo
No final de abril, a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) da ONU propôs um acordo para o cancelamento de cerca de US$ 1 trilhão em dívidas dos países em desenvolvimento para ajudá-los a superar o impacto da pandemia de coronavírus.
As economias em desenvolvimento, que já estavam enfrentando um fardo da dívida em rápido crescimento, passaram a enfrentar uma recessão global recorde, preços em queda nas exportações de petróleo e commodities e um enfraquecimento das moedas locais.
Ao mesmo tempo, precisam gastar mais dinheiro em cuidados de saúde e proteger suas economias. Na época, 64 países de baixa renda já gastavam mais com o pagamento de suas dívidas do que com seus sistemas de saúde, de acordo com a UNCTAD.
“Este é um mundo em que o default das dívidas dos países em desenvolvimento é inevitável”, disse Richard Kozul-Wright, diretor da Divisão de Estratégias de Globalização e Desenvolvimento da UNCTAD, durante uma videoconferência com jornalistas à época da proposta.
Em um relatório solicitando um plano para aliviar a carga de dívida dos países em desenvolvimento, a UNCTAD estimou seus requisitos de liquidez e financiamento devido à pandemia em pelo menos US$ 2,5 trilhões.
Os países em desenvolvimento de alta renda têm obrigações de serviço da dívida entre 2 trilhões e US$ 2,3 trilhões apenas em 2020 e 2021, enquanto os países de renda média e baixa têm obrigações de serviço da dívida de 700 bilhões a US$ 1,1 trilhão.
Depois de despejar cerca de US$ 8 trilhões em estímulo para suas próprias economias, o grupo dos 20 países mais ricos (G20) concordou na época em suspender os pagamentos bilaterais de serviços da dívida pelos países mais pobres do mundo até o final do ano.
“É empurrar com a barriga”, disse Kozul-Wright. “Você amplia o problema e finge que desaparecerá em dois ou três anos se o crescimento aumentar na economia mundial. Não achamos que isso seja crível.”
A UNCTAD calculou na época que a moratória da dívida do G20 cobriria US$ 20 bilhões em dívida pública para credores bilaterais oficiais. As informações são da revista Época e da agência de notícias Reuters.