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Geral Mais um delegado sai das investigações do caso Marielle Franco no Rio

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A vereadora Marielle Franco foi assassinada em março de 2018. (Foto: Arquivo/Guilherme Cunha/Alerj)

A substituição do delegado Daniel Rosa da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), no Rio de Janeiro, deixou apreensiva a família da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, assassinados em março de 2018. Viúva de Marielle, Mônica Benício afirma que está preocupada e pretende marcar uma reunião com a nova equipe da unidade, chefiada agora pelo delegado Moysés Santana Gomes. É terceiro delegado a comandar a investigação sobre o crime. Antes de Daniel Rosa, o delegado Giniton Lages investigou o caso e foi o autor da prisão de dois envolvidos no crime: o ex-policial Ronnie Lessa e Élcio Vieira de Queiroz.

Estamos há 919 dias nessa história, sem justiça para Marielle e Anderson, sem saber dos mandantes. Eu acho muito grave. Sinceramente, me preocupa bastante, embora nas entrevistas tenha sido dito que seria um novo olhar, que quando teve a troca do Giniton Lages pelo Daniel Rosa as investigações continuaram andando e que, portanto, continuará agora também. Porque é um novo delegado competente”, disse Mônica Benício.

Ela afirmou que quer conversar com Moysés Santana e com a equipe do delegado: “Eu ainda não apurei o histórico do novo delegado e também não conversei, mas pretendo marcar uma reunião com a nova equipe para poder me atualizar. Porque é muito difícil. A gente tem um diálogo com o Ministério Público, que vem melhorando, mas ainda há dificuldade. Estou com uma assistente de acusação e as minhas advogadas não conseguem ter acesso integral aos inquéritos. Ninguém tem mais interesse de que esse caso seja resolvido do que a família de Marielle e Anderson.”

Mônica revelou que tinha esperança que o crime fosse elucidado em 2020. “Confesso que eu estava com uma expectativa muito grande de que o caso fosse solucionado ainda este ano e agora, sinceramente, já não sei mais. Temos os presos acusados da execução, mas que ainda não foram levados a julgamento. E essa pandemia ajudou a atrasar mais ainda. A descoberta dos mandantes e motivações é imprescindível. O Estado brasileiro deve isso não só à sociedade brasileira, mas à comunidade internacional também. É uma vergonha estarmos há 30 meses do crime e não termos uma solução”, criticou ela.

Irmã de Marielle, Anielle Franco lamentou a troca, mas garantiu que vai continuar cobrando a solução do crime: “Acho que não cabe muito a nós julgarmos quem entra e quem sai. Mas é muito complicado para a gente, não sabemos em quem acreditar. Já é a segunda troca, e a pergunta que fica é quem pagou, quem mandou matar. Isso é o mais importante de tudo. A gente não vai descansar em pedir justiça. Não foi um crime comum. Foi um crime de política. Marielle estava ali trabalhando, desempenhando sua função, ela foi eleita, e o crime segue impune. Para nós, é muito difícil até para nossa segurança falar sobre quem entra e quem sai. Esperamos apenas que o novo delegado dê bastante atenção a esse caso e que o solucione o mais rapidamente possível.”

A mãe da vereadora assassinada, Marinete da Silva, disse esperar que o novo titular da DHC tenha a mesma atenção com as famílias que seu antecessor. “Causa preocupação a mudança de delegado, mas a gente não pode deixar de acreditar que as investigações vão continuar. Queremos muito a solução do caso. Marielle era uma parlamentar, e já estamos há 30 meses do crime. Espero que o novo delegado tenha compromisso com a família, com a sociedade e com as investigações. Temos proximidade com o delegado Daniel Rosa. Esperamos que haja uma demonstração de respeito para que continue assim por parte do novo delegado. É fundamental essa relação de confiança. A DH, com todos os problemas que já teve, estava agindo com muito respeito nesse caso. É importante que essa parceria continue para a gente ter uma resposta em relação aos mandantes”, afirmou Marinete.

A viúva do motorista Anderson Gomes, Ágatha Arnaud, teme as trocas de delegado e acha que isso pode acontecer também no Ministério Público. “É preocupante! É a terceira pessoa que vai tocar as investigações. Particularmente, eu acho que isso complica porque a pessoa tem que se inteirar de tudo o que aconteceu e acaba não tendo uma continuidade, até do raciocínio mesmo. As pessoas têm linhas para investigar. A gente já está perdendo muito tempo, já se passaram 2 anos e daqui a pouco faz 3. Fica cansativo, porque foi uma questão política. Já há vários assuntos e policiais envolvidos, e aí embola tudo. Acho que não vai parar por aí. Daqui a pouco troca no MP, procuradores e promotores”, disse.

Ela classificou de cansativa a longa duração das investigações: “Acho que a investigação já é difícil e pode complicar mais ainda. Já disseram para a gente que o crime beirou a perfeição e trocar (de delegado) toda hora vai se perdendo a ideia, a linha de raciocínio. Acho muito complicado. Para nós, também é muito cansativo, volta tudo.” As informações são do jornal O Globo.

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