Terça-feira, 25 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 23 de outubro de 2020
O uso de máscara será em breve obrigatório nas ruas de Portugal, mais um dos países europeus que enfrentam o agravamento da pandemia de coronavírus.
A medida foi aprovada nesta sexta-feira (23), pelo Parlamento, graças aos votos dos socialistas no poder e da oposição de direita.
A medida entrará em vigor após a ratificação do presidente conservador Marcelo Rebelo de Sousa e terá validade de 70 dias, podendo ser renovada.
O uso de máscara, que não pode ser substituída por viseira, será obrigatório para todas as pessoas com mais de dez anos “quando o distanciamento físico recomendado pelas autoridades de saúde for inviável”, de acordo com a versão final do texto citado pela agência Lusa.
Os partidos de extrema esquerda se abstiveram e criticaram o caráter demasiado vago de uma lei que também prevê exceções, quando o uso da máscara for “incompatível com a natureza das atividades realizadas”.
O texto da medida substituiu um projeto de lei que o governo retirou de pauta, porque pretendia tornar obrigatório o uso de um aplicativo móvel de rastreamento de contatos.
Esta disposição causou indignação, pois a Organização Mundial da Saúde(OMS) preconiza o uso voluntário desse tipo de aplicativo.
Máscaras não causam intoxicação
Uma pesquisa afirmou que o uso de máscaras contra o novo coronavírus não retém dióxido de carbono, o gás CO², e não causa riscos aos usuários. O estudo foi divulgado pela Universidade de Miami, nos Estados Unidos, no jornal científico Annals of the American Thoracic Society.
Os pesquisadores estudaram as mudanças no nível de oxigênio e de dióxido de carbono antes e durante o uso de máscaras em 30 pessoas que foram divididas em dois grupos onde 15 eram
saudáveis, enquanto os demais tinha Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), que causa obstrução da passagem de ar pelos pulmões.
O estudo concluiu que o uso de máscaras não afeta trocas gasosas durante a respiração. Os resultados mostraram que os níveis de oxigênio e CO² eram eram praticamente os mesmos nos pacientes estando ou não com a proteção no rosto.
“É importante informar ao público que o desconforto associado ao uso da máscara não deve levar a preocupações de segurança infundadas, pois isso pode atenuar a aplicação de uma prática comprovada para melhorar a saúde pública”, destacou, em nota, Michael Campos, um dos líderes do estudo.
Ainda de acordo com os pesquisadores, a sensação de falta de ar sentida por usuários de máscaras não tem tem relação com o dióxido de carbono, mas sim por conta do bloqueio do fluxo de ar pela proteção, sendo necessária maior ventilação.