Terça-feira, 25 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 7 de novembro de 2020
Ex-vice-presidente de Barack Obama e um veterano da política de 77 anos, o democrata Joe Biden foi eleito o 46º presidente dos Estados Unidos na tarde do sábado (7), segundo projeções de diferentes veículos da imprensa americana. Biden foi dado como vitorioso após assegurar sua vantagem no estado da Pensilvânia, somando 273 votos no Colégio Eleitoral, três a mais do que mínimo de 270 necessário para garantir a vitória nacional.
“Estou honrado pela confiança que o povo americano depositou em mim e na vice-presidente Kamala Harris. Frente a obstáculos inéditos, um numero recorde de americanos votou, provando uma vez mais que a democracia bate fundo no coração dos Estados Unidos. Com o fim da campanha, é hora de deixar a raiva e a retórica agressiva para trás e nos unirmos como uma nação. É hora de os Estados Unidos se unirem. E de curar. Nós somos os Estados Unidos da América. E não há nada que não possamos fazer, se fizermos juntos”, disse Biden em nota assim que sua vitória foi dada como certa.
Por todo o país, milhares de pessoas saíram às ruas para comemorar sua vitória. A campanha do presidente Donald Trump, que vem alegando falsamente a ocorrência de fraudes contra ele e lançou uma ofensiva judicial para contestar os resultados em vários estados onde o democrata foi vitorioso, indicou que não reconhecerá a derrota logo.
Com a provável votação recorde deste ciclo eleitoral, Biden se tornará o presidente com maior número de votos da História americana, mais de 74,3 milhões, 4 milhões a mais do que os 70,2 milhões obtidos por Trump, ultrapassando o correligionário Barack Obama na eleição de 2008. O número deve crescer ainda mais quando a contabilização total dos votos terminar.
A importância da Pensilvânia para a vitória de Biden é cheia de simbolismos. Estado em que a Declaração de Independência e a Constituição dos EUA foram assinadas, na cidade de Filadélfia, a Pensilvânia faz parte da chaLíderes europeus são os primeiros a se pronunciar, enquanto Evo Morales comemorou derrota eleitoral de Trumpmada “muralha azul”, antigo reduto democrata que foi conquistado por Trump na eleição de 2016 e que agora volta ao controle do partido.
O resultado eleitoral também consagra outro ineditismo: a vice-presidente eleita, Kamala Harris, é a primeira mulher no cargo. A senadora pela Califórnia, de origem indiana e jamaicana, é também a primeira pessoa negra e de origem asiática a ser eleita para a Vice-Presidência.
Com a vitória de Biden, Donald Trump se torna o décimo presidente incumbente a ser derrotado na campanha à reeleição na História dos EUA. O último foi o também republicano George H. Bush, eleito em 1988 e derrotado pelo democrata Bill Clinton em 1992. Levando em conta as eleições dos últimos 50 anos, completam a lista o democrata Jimmy Carter, que perdeu a eleição de 1980 para Ronald Reagan, e o republicano Gerald Ford, superado pelo próprio Carter quatro anos antes.
Durante a campanha e em seus últimos pronunciamentos, Biden prometeu “curar o país” da polarização extrema que marcou o governo Trump e que chegou ao ápice durante a apuração, quando o presidente republicano chegou a declarar vitória sem que tivesse os votos necessários para isso e depois chamou de “ilegais” as cédulas que favoreceram o seu adversário, sendo criticado mesmo por políticos de seu partido.
Além da Pensilvânia, Biden lidera a apuração nos estados da Geórgia, Nevada e Arizona. Dos estados onde o resultado final ainda não foi projetado, Trump só deve vencer na Carolina do Norte.
A confirmação da vitória de Biden na Geórgia, terra do líder defensor dos direitos civis Martin Luther King, num ano de protestos contra o racismo no país, ganharia um peso ainda maior: seria o primeiro democrata a vencer no estado desde 1992. No entanto, os votos no estado deverão passar por uma recontagem, como preveem as leis estaduais caso a diferença entre o vencedor e o segundo colocado seja menor ou igual a um ponto percentual.