Domingo, 19 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 11 de dezembro de 2020
A cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Soumya Swaminathan, disse nesta sexta-feira (11) que a entidade espera tomar decisões sobre a aprovação do uso emergencial de vacinas candidatas contra a covid-19 nas próximas semanas.
Swaminathan disse que a OMS poderia decidir sobre a vacina da Pfizer nas próximas duas semanas. Depois, a organização pretende avaliar outros dois imunizantes – Moderna e AstraZeneca.
“Pelo menos 10 empresas enviaram os documentos. Devemos analisar as vacinas da Moderna e AstraZeneca (vacina de Oxford) nas próximas semanas. Emitiremos nosso parecer em breve para aprovação de uso emergencial ou não”, disse a cientista-chefe.
A aprovação da OMS pode permitir que uma vacina seja implantada em alguns países onde os reguladores médicos nacionais ainda não foram capazes de avaliá-la. “As autoridades reguladoras podem decidir quais vacinas usar em seus países. Entretanto, alguns países usam o serviço de pré-qualificação da organização para vacinas e medicamentos”, completou Swaminathan.
Uso emergencial
O Reino Unido e Bahrein aprovaram o uso da vacina da Pfizer/BioNTech na semana passada, mas apenas o Reino Unido começou sua campanha de vacinação – aplicada de forma gratuita pelo serviço público de saúde (NHS, da sigla em inglês). Uma senhora de 90 anos, Margaret Keenan, foi a primeira a receber a dose.
A Health Canada, agência que regula as vacinas no país, aprovou na última quarta-feira (9) a vacina da Pfizer. Após a revisão de dados, os canadenses concluíram que a vacina é segura e eficaz e já pode ser aplicada em todo o país, de forma emergencial, em pessoas maiores de 16 anos.
Na quinta (10), o comitê consultivo da agência reguladora de medicamentos norte-americana (FDA, da sigla em inglês) recomendou a aprovação do uso emergencial da vacina da Pfizer. Se isso ocorrer, os Estados Unidos se tornam o 4º país a autorizar o uso deste imunizante.
Vacina obrigatória
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que a vacinação obrigatória pode ser uma opção adotada por países com baixa adesão espontânea e níveis “inaceitavelmente altos” de contágio pela doença.
O comentário, enviado com exclusividade à BBC News Brasil, acontece dois dias depois de membros da cúpula do órgão afirmarem que “não visualizam países adotando obrigações de vacinação” contra o novo coronavírus.
O órgão disse ainda que programas de vacinação obrigatória com “finalidade de salvar vidas” devem ser conduzidos com “extremo cuidado” e chamou atenção especial para “multas e penalidades, já que elas podem estimular desigualdades sociais e de saúde”.
“Em situações em que a adesão voluntária à vacina é inadequada e as taxas de transmissão de covid-19 permanecem inaceitavelmente altas, é possível que alguns países considerem a introdução de programas obrigatórios com a finalidade de salvar vidas”, disse o órgão.