Quinta-feira, 10 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 2 de fevereiro de 2021
Eleito presidente da Câmara dos Deputados na segunda-feira (1º), Arthur Lira (PP-AL) festejou a vitória na mesma noite em uma festança em mansão do Lago Sul com comida e bebida à vontade e música ao vivo. Dentre os presentes estavam aliados, ministros e até mesmo desafetos do presidente Jair Bolsonaro, como Joice Hasselman (PSL-SP).
Aguardado para o evento, Bolsonaro não compareceu, mas telefonou para dar os parabéns. A comemoração foi até as 4h da madrugada e também uniu figuras carimbadas do “Centrão” e militantes bolsonaristas. Amigo do ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia, Alexandre Baldy, secretário de Transportes de São Paulo, também prestigiou Lira.
A comemoração da eleição do novo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), teve muitos cumprimentos, abraços e gente reunida. Todos os ingredientes de uma festa animada para comemorar o novo posto do deputado. No entanto, os contatos e encontros desrespeitam as regras de prevenção contra a Covid-19. No entanto, com o ministro Luiz Eduardo Ramos, a saudação foi acanhada.
Também estavam presentes Fábio Faria, ministro das Comunicações, e Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo, responsável pela articulação política e alvo de constantes críticas de Lira e aliados nos bastidores, apesar de ter liderado no Planalto as negociações de cargos e emendas para interferir no processo eleitoral da Câmara. Também compareceram os secretários especiais de Comunicação, Fabio Wajngarten, e o de Pesca, Jorge Seif.
Entusiasmado com a demonstração de força do “Centrão”, um integrante do governo dizia que agora é que o governo Bolsonaro “vai começar de verdade”. Já um parlamentar desafeto do presidente dizia que agora Bolsonaro será “doutrinado” com a política de verdade e que o governo é agora uma “sociedade com o Congresso.”
Em meio a clássicos do brega e sertanejo dos anos 80 e 90, a banda contratada pela campanha chegou a censurar, no microfone, aqueles que gravavam a festa para suas redes sociais. A vocalista pediu privacidade aos presentes, que bebiam vinho, whisky e espumante.
A mansão fica à beira do Lago Paranoá e conta com piscina aquecida, quadra de futebol, um deque e um pequeno bosque. O imóvel pertence ao empresário Marcelo Perboni, conhecido nas colunas sociais e festas de Brasília.
O clima era de êxtase, já que Lira ganhou a eleição com 302 votos, em primeiro turno. O novo presidente da Câmara, no entanto, dizia que esperava ter chegado a 330 votos.
Festejado por políticos de diversos matizes, Lira comentou a interlocutores que iria ligar para Maia. Disse que não se falam há quatro meses e foi até ignorado ao enviar uma mensagem de Feliz Natal para ele.
Os dois tiveram uma discussão acalorada na reunião de líderes para decidir a formação dos blocos apresentados para a Mesa Diretora. Em meio ao bate-boca, Maia perguntou se o adversário “pensava que estava em Alagoas”. Ao que Lira retrucou e questionou se o agora ex-presidente da Casa estava “pensando que está no morro carioca?”.
Estavam na festa Roberto Jefferson, sua filha, Cristiane Brasil, o presidente do PP Ciro Nogueira (PP-PI) e alguns bolsonaristas de carteirinha “anônimos” — até usando camisetas de Jair Bolsonaro.
No decorrer da festa, os convidados invadiram o espaço da banda. Cristiane Brasil marcou presença cantando “Malandragem”. O hit “Letícia”, de Zé Vaqueiro, foi interpretado a pedido dos presentes mais de uma vez.
Ex-aliada de Bolsonaro, a deputada Joice Hasselman (PSL-SP) dançou com o deputado Luiz Lima (PSL-RJ), vice-líder do governo na Câmara, e chegou a ser chamada para comparecer ao palco.
No salão, uma projeção mostrava cenas da campanha de Lira. Ele foi disputado pelos presentes em busca de fotos. O deputado Hélio Lopes (PSL-RJ), aliado de primeira hora de Bolsonaro, também era procurado para selfies.
Os convidados se refestelaram com camarões, paella e massas sortidas no buffet. Nas palavras de um integrante do governo presente na festa, se o adversário Baleia Rossi (MDB-SP) tivesse ganhado a eleição, “todos estariam de máscara”. Mas não foi o caso.