Sexta-feira, 28 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 25 de março de 2021
O BC (Banco Central) reduziu a projeção para o crescimento da economia este ano. A estimativa para a expansão do PIB (Produto Interno Bruto) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no País – passou de 3,8% para 3,6%. A projeção consta do Relatório de Inflação, publicação trimestral do BC, divulgado nesta quinta-feira (25), e, segundo o órgão, “depende da continuidade do processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira, condição essencial para permitir a recuperação sustentável da economia”.
“Em termos de trajetória, a projeção para o PIB é de recuo moderado ao longo do primeiro semestre, seguido de recuperação relevante nos últimos dois trimestres do ano, decorrente da redução esperada na taxa de letalidade da Covid-19 e no número de internações, com o avanço da vacinação”, diz o relatório. Para isso, o BC considera a manutenção do regime fiscal e nova rodada de auxílio emergencial, de aproximadamente R$ 44 bilhões, com pagamentos concentrados no segundo trimestre do ano.
Entre os fatores para a redução da projeção, o BC cita ainda a “elevada a incerteza sobre o ritmo de crescimento da economia, sobretudo no primeiro e segundo trimestres deste ano”, em razão do aumento de casos de Covid-19 e de novas medidas de restrição às atividades. “Esse processo de agravamento recente da crise sanitária possivelmente interrompe ou atrasa a recuperação da atividade econômica”, diz o relatório.
Por outro lado, para o BC, uma possível reversão da economia “tende a ser bem menos profunda do que a observada em 2020, e provavelmente seria seguida por rápida recuperação, especialmente no segundo semestre, na medida em que os efeitos da vacinação sejam sentidos de forma mais abrangente”. Em 2020, o PIB fechou o ano com queda de 4,1% em razão dos efeitos da pandemia.
A expectativa do BC é que a vacinação em massa, além de oferecer proteção contra casos mais leves de Covid-19, reduzam significativamente o número de casos graves, diminuindo a pressão sobre o sistema hospitalar e permitindo uma reabertura mais rápida da economia. “Considerando os planos de vacinação e a oferta de vacinas existentes até o momento, espera-se que os impactos econômicos sejam mais perceptíveis no segundo semestre, em especial nos serviços presenciais, que têm sido mais fortemente afetados pela pandemia”, diz o relatório.
Inflação
A inflação, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deve encerrar 2021 em 5%, no cenário com taxa de juros (Selic) em 4,5% ao ano em 2021 e 5,5% ao ano em 2022 e câmbio partindo de R$ 5,70. No relatório anterior, em dezembro, a projeção era 3,4%. O BC também projeta que a inflação deve ser de 3,5% em 2022 e 2023.
A meta para este ano é de 3,75% de inflação, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2,25% e o superior, 5,25%.
Em fevereiro, entretanto, o índice fechou em 5,2% no acumulado de 12 meses, pressionada pelo dólar e pela alta nos preços de alimentos e de combustíveis. No trimestre encerrado em fevereiro, a alta foi de 2,48%, acima da previsão divulgada no Relatório de Inflação anterior, de 1,73%. “A surpresa inflacionária é, em grande medida, explicada pela depreciação do real e pela forte alta dos preços de diversas commodities [produtos primários com cotação internacional]”, diz o relatório.
Em 2020, a inflação fechou em 4,52%, acima da meta de inflação para o ano, de 4%, mas dentro do intervalo de tolerância, de 2,50% a 5,50%. “Passados os efeitos deflacionários iniciais da pandemia, houve na segunda metade do ano marcante aceleração dos preços, refletindo uma composição de fatores que inclui a depreciação do real, a alta dos preços das commodities, a rápida recuperação da demanda por bens – em parte pelos efeitos do auxílio emergencial – e restrições de oferta e de disponibilidade interna de alguns produtos”. As informações são da Agência Brasil.