Segunda-feira, 29 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 12 de maio de 2021
Depois da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspender a vacinação contra a covid-19 em grávidas com o imunizante da Oxford/AstraZeneca, a farmacêutica informou que nos estudos clínicos esse grupo não foi considerado.
Segundo a farmacêutica, esse é um procedimento padrão, de exclusão de grávidas e mulheres que amamentam, em estudos clínicos. No entanto, de acordo com a empresa, os ensaios em animais não indicaram “efeitos prejudiciais diretos ou indiretos no que se refere à gravidez ou ao desenvolvimento fetal”.
A Anvisa emitiu uma nota técnica recomendando a suspensão da vacinação em grávidas com comorbidades, como vinha ocorrendo em alguns Estados. A orientação da agência é para que seja seguida a bula atual da vacina da AstraZeneca, que não consta o uso em gestantes.
Investigação
A Anvisa informou em nota que a recomendação para suspender a aplicação da vacina AstraZeneca contra covid-19 em grávidas foi feita pelo órgão após a notificação da morte suspeita de uma gestante de 35 anos.
A gestante morreu em 10 de maio e o caso ainda é investigado. Segundo a Anvisa, o “evento adverso grave de acidente vascular cerebral hemorrágico foi avaliado como possivelmente relacionado ao uso da vacina administrada na gestante”.
Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde anunciou que a vacinação de grávidas no Brasil será restrita somente às somente mulheres com comorbidades e elas devem receber somente as vacinas CoronaVac e Pfizer. A determinação vale até que sejam concluídas as análises do caso raro que pode ter ligação com o uso da AstraZeneca.
Apesar da recomendação, a Anvisa ressaltou que:
— Caso de trombose com plaquetopenia é um evento adverso muito raro, potencialmente relacionado a vacinas que usam adenovírus como plataforma tais como as vacinas de Oxford/AstraZeneca/Fiocruz e da Janssen, aprovadas para uso no Brasil;
— A bula da vacina Oxford/AstraZeneca/Fiocruz é Categoria C, isto é, os dados apresentados até o momento são insuficientes para fundamentar um risco associado com a vacina. Sendo assim, como medida de precaução, a vacinação de gestante não é recomendada;
— A Anvisa recomendou fortemente ao Ministério da Saúde a suspensão da vacinação de grávidas com a vacina Oxford/AstraZeneca/Fiocruz, como medida de precaução e com base na insuficiência de dados relacionados à segurança de uso por gestantes disponíveis até o momento;
— A Anvisa mantém a recomendação de continuidade da vacinação com o referido imunizante dentro das indicações descritas em bula, uma vez que, até o momento, os benefícios superam os riscos.