Quarta-feira, 07 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 11 de julho de 2021
O antibiótico Azitromicina, aprovado e recomendado para determinadas infecções, não previne casos de Covid-19 de evoluírem para hospitalização ou óbito. A constatação foi realizada por novo estudo apresentado no Congresso Europeu de Microbiologia e Doenças Infecciosas e publicado na revista científica The Lancet Respiratory Medicine, na semana passada.
Conduzida pelo médico Timothy Hinks, em uma parceria entre o Hospital John Radcliffe e a Universidade de Oxford, a pesquisa reforça que a Azitromicina não deve ser administrada contra a Covid-19. Os cientistas alertam países para que interrompam o uso indevido do medicamento, pois a prática pode levar à resistência de bactérias e, consequentemente, dificultar o tratamento de outras infecções.
O antibiótico é geralmente utilizado para tratar casos graves de infecção respiratória, incluindo pneumonia. Com a pandemia do coronavírus, médicos e cientistas iniciaram uma busca por tratamentos eficazes com remédios conhecidos – entre eles, a Azitromicina.
Nesse novo estudo, os cientistas investigaram se a Azitromicina é, de fato, eficaz na redução dos quadros graves da Covid-19. Para tanto, foram analisados 292 pacientes acima de 18 anos, hospitalizados em decorrência do coronavírus, com menos de 14 dias de sintomas.
Os voluntários receberam doses diárias do antibiótico e não desenvolveram qualquer avanço após o período de análise, que durou de junho de 2020 a janeiro de 2021.
“Ficou claro, nesse ensaio, que adicionar Azitromicina ao tratamento padrão não reduziu o risco de hospitalização ou morte subsequente. É essencial que médicos em todo o mundo parem de usar este medicamento para tratamento contra a Covid-19”, apontaram os autores do estudo.
Cloroquina
Um outro estudo divulgado recentemente pela Associação Médica Brasileira também indicou que o uso de cloroquina é ineficaz na prevenção e no tratamento contra a covid-19. A pesquisa concluiu que o uso do medicamento não diminuiu o agravamento e os óbitos de pacientes com quadro leve da doença.
Outro resultado obtido foi que o uso profilático de cloroquina aumenta o risco de eventos adversos em 12% quando comparado ao procedimento sem o remédio. Em relação ao tratamento com o medicamento para pessoas que estavam suscetíveis ao vírus, foi observado que não há diferença na incidência da doença entre pacientes que usaram a cloroquina.
Os dados fazem parte do Projeto Diretrizes, uma iniciativa da Associação Médica Brasileira, que “visa combinar informações da área médica para padronizar as condutas, e para auxiliar no raciocínio e na tomada de decisões dos médicos”. Por fim, a pesquisa concluiu que “não é recomendado o uso de hidroxicloroquina na profilaxia ou no tratamento de pacientes com quadro de covid-19 leve”.
O estudo adotou nove ensaios internacionais, dos quais foram extraídos dados referentes à autoria, ano de publicação, descrição dos pacientes, das intervenções com hidroxicloroquina, dos desfechos e do tempo de seguimento.