Sábado, 22 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 8 de outubro de 2015
O procurador da República Andrey Borges de Mendonça, que auxilia o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e há dois anos trabalha nas investigações da Operação Lava-Jato, disse nessa quarta-feira que o MPF (Ministério Público Federal) depende do acesso a todos os documentos enviados pela Procuradoria da Suíça sobre as contas bancárias do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para decidir se haverá ou não nova denúncia contra o político.
Os documentos enviados pelo governo suíço ainda estão em tramitação e não chegaram completos às mãos dos investigadores. O que eles receberam foi o comunicado de que as contas de Cunha foram bloqueadas, seguido do acordo de transferência das informações para que a averiguação passe a ser feita no Brasil.
O parlamentar foi denunciado por Janot por corrupção e lavagem de dinheiro. Seu caso está no STF (Supremo Tribunal Federal), pois tem foro privilegiado como parlamentar federal. Mendonça comentou que se os fatos forem diversos do que foi apurado no País, poderá haver nova responsabilização. Segundo o procurador, os papéis ainda estão no canal de comunicação.
Confome autoridades suíças, o banco, ainda não identificado, bloqueou quatro contas que tinham Cunha como beneficiário. O presidente da Câmara dos Deputados teria usado empresas de fachada, segundo procuradores da Suíça, para abrir as contas cujo saldo total seria de 5 milhões de dólares.
Nessa quarta-feira, 29 deputados de sete partidos entregaram representação na Corregedoria do Legislativo contra Cunha por suposta quebra de decoro. Eles alegaram que há contradição entre as declarações dadas pelo político na CPI da Petrobrás em março, quando negou ter contas além das declaradas ao Fisco e ao Ministério Público suíço. (AE)