Segunda-feira, 21 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 9 de novembro de 2021
Celulares, laptops e tablets foram furtados em julho do depósito do Gaeco (Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado), do MP-RJ (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro). Os equipamentos tinham sido apreendidos pelo MP-RJ durante a Operação Favorito, que denunciou 17 pessoas por fraudes na Saúde do Rio de Janeiro, em um esquema liderado pelo empresário Mário Peixoto e que contribuiu para o impeachment do ex-governador do Rio Wilson Witzel. Um estagiário do órgão recém-contratado confessou o ato infracional.
Dois dos celulares foram recuperados, segundo ofício do coordenador do Gaeco, Bruno Corrêa Gangoni, à Justiça. O MP-RJ não informou a relação do que foi furtado, nem do que foi recuperado, alegando se tratar de assunto sigiloso. Apenas o que consta do documento à Justiça é confirmado.
Segundo relato à Justiça, no dia 28 de junho o Gaeco iniciou uma obra em suas dependências. No mesmo dia, um adolescente foi admitido no grupo como estagiário não forense. Entre as modificações na estrutura física do Gaeco, houve a alteração do local do depósito de bens e serviços, “tendo sido destacados estagiários e servidores para transportarem os bens de um local para outro”.
No dia 15 de julho, houve o alerta. Funcionários do grupo perceberam que, no depósito, havia dois invólucros plásticos rasgados, “sem o respectivo telefone em seu interior”. Em seguida, foram identificados outros invólucros violados, “sem os respectivos bens (telefones, tablets e laptops)”.
Investigações do Gaeco identificaram o estagiário como o autor do furto. Como foi desligado do estágio, sua mãe telefonou para o MP a fim de saber a razão, ocasião em que foi pedido o comparecimento do jovem ao órgão. Em 21 de julho, ele esteve no local, confessando que, entre 8 e 15 de julho, subtraiu diversos aparelhos. Devolveu dois celulares que ainda estavam com ele e indicou nomes de receptadores dos demais equipamentos. O adolescente foi apreendido, a pedido do MP.
Um dos celulares recuperados pertence a Isaías Gomes Faria, não investigado nem denunciado pela Operação Favorito. O dono do aparelho havia pedido à Justiça a sua devolução, o que foi concedido. Mas, no dia 18 de outubro, o Gaeco pediu em juízo a extração de dados, antes de devolver o telefone, que, conforme o MP, se encontra “à disposição do interessado para a retirada”.
O Gaeco afirma que “os dados do aparelho celular que constavam por ocasião da apreensão já tinham sido extraídos quando ocorreu o furto, tendo o conteúdo sido encaminhado ao Juízo para juntada no processo. Não houve perda de informação que prejudicasse a investigação original”. Esclarece ainda que o que foi solicitado à Justiça, posteriormente, é “que fossem extraídos novos dados contidos no aparelho após o furto”, a fim de instruir nova investigação em curso sobre roubo e receptação de celulares. As informações são do jornal O Globo.