Terça-feira, 04 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 5 de janeiro de 2022
A vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19 está prevista para começar nas próximas semanas. Nesta quarta-feira (5), o Ministério da Saúde detalhou como será a imunização deste público, que é alvo de polêmica no País.
Os primeiros a serem imunizados serão os de 11 anos até chegar aos de 5 anos com prioridade para as crianças com comorbidades. O intervalo entre as doses será de 8 semanas.
O ministério não vai mais exigir que os pais e responsáveis apresentem um pedido médico para vacinar crianças.
Confira abaixo o esclarecimento para as principais dúvidas sobre o tema.
1) Qual é a importância de o Ministério da Saúde não exigir receita médica para vacinar crianças contra a covid-19?
Após consulta pública, o Ministério da Saúde decidiu que não exigirá receita médica para vacinar crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19. Especialistas afirmam que esse é um ponto fundamental para garantir a igualdade no acesso às vacinas, conforme garantido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e a agilidade na vacinação deste público.
2) A autorização dos pais ou responsáveis será obrigatória?
Não. A autorização para vacinação será apenas uma recomendação, não obrigatória como havia sido anunciado.
3) Quando começa a vacinação infantil no Brasil?
Segundo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o Brasil deve receber os primeiros lotes de imunizantes pediátricos na segunda quinzena deste mês. O início do calendário nos Estados, contudo, depende da entrega das doses pediátricas por parte do ministério.
4) Será possível já vacinar todas as crianças?
São cerca de 20 milhões de crianças com idade entre 5 e 11 anos no Brasil. Isso significa que para a imunização completa, com duas doses, são necessárias 40 milhões de vacinas. A previsão é que cerca de 3,7 milhões de doses pediátricas cheguem ao Brasil em janeiro. O montante deve alcançar 20 milhões até o fim do primeiro trimestre. Se essa previsão se mantiver, irá demorar ao menos três meses para imunizar todas as crianças com ao menos uma dose.
5) Qual é o período de intervalo entre as doses?
A aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determina um intervalo de 21 dias entre as doses, da mesma forma que o imunizante aprovado para outras faixas etárias. No entanto, o Ministério da Saúde adotará o intervalo de oito semanas entre as doses pediátricas.
Na semana passada, o infectologista e pediatra Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria e membro da Câmara Técnica Assessora de Imunização Covid-19 (Ctai), que orienta o Ministério da Saúde sobre temáticas relativas à vacinação, disse que havia a possibilidade de aumentar o intervalo entre as doses para vacinar, mesmo que parcialmente, o maior número de crianças.
Segundo ele, estudos mostram que a proteção se sustenta com maiores intervalos de tempo entre as doses. Há também dados sobre um maior perfil de segurança, com a redução de reações adversas, com um maior período entre as injeções.
6) A composição da vacina para crianças é igual a de adultos?
Não. A composição das vacinas infantis é diferente da dos adultos e contém um terço da dose. Para distingui-las, os frascos terão as cores laranja e roxa, respectivamente. O imunizante infantil poderá ser armazenado por um tempo maior, de 10 semanas, de 2°C a 8°C que a destinada a adultos, com prazo de quatro semanas. O frasco terá 10 doses.
7) Qual foi o resultado da consulta pública?
Na consulta pública inédita promovida pelo Ministério da Saúde sobre a vacinação de crianças contra a covid-19, a maioria dos participantes rechaçou a exigência de prescrição. Segundo a pasta, houve 99,3 mil respostas ao formulário.