Domingo, 22 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 18 de outubro de 2015
Desde que a sonda New Horizons realizou um voo rasante em Plutão em julho, muitas belas imagens foram transmitidas à Terra e divulgadas pela Nasa (agência espacial americana). Mas o que efetivamente a sonda aprendeu sobre o planeta-anão? O primeiro estudo dos cientistas que comandam a espaçonave robótica foi publicado recentemente pela revista Science, e resume o que os pesquisadores aprenderam até agora.
As descobertas, de modo geral, surpreenderam cientistas, que não esperavam ver um objeto cósmico tão complexo, com superfície tão variada, e com alguns elementos incomuns para um corpo celeste daquele tamanho.
“Descobrimos que a superfície de plutão exibe uma grande variedade de formações e de idades de solo, bem como substancial variação de cor, composição e brilho”, afirmaram os pesquisadores, liderados pelo astrônomo Alan Stern. Veja abaixo algumas descobertas intrigantes da New Horizons.
O coração.
O elemento mais visualmente distinto de Plutão é a grande área clara em forma de coração, batizada pelos astrônomos de Tombaugh Regio. Sua parte mais lisa, a oeste, é essencialmente um lago de nitrogênio congelado, o Sputnik Planum. A área se formou em uma era relativamente recente, 100 milhões de anos, porque não possui marcas de crateras. Porém, cientistas não sabem dizer ainda como ela surgiu e esperam imagens de melhor resolução para tentar descobrir.
Atividade geológica.
A parte mais rugosa de Tombaugh Regio, a leste, é cheia de montanhas que foram formadas por atividade geológica perturbando o leito rochoso rico em gelo de água do planeta.
“Pele de dragão”.
Algumas cordilheiras de montanhas, vistas pela sonda, exibem uma textura chamada pelos cientistas de “pele de dragão”. O padrão é típico de cadeias que, na Terra, são formadas por vento.
Icebergs.
Plutão tem muitas montanhas de gelo, que são as estruturas mais altas do planeta-anão. Cientistas acreditam que essas montanhas sejam grandes blocos de gelo que flutuam ou flutuaram como icebergs em um mar de nitrogênio subterrâneo congelado, apesar de estarem entaladas agora em uma superfície com bordas sólidas.
Mar de nitrogênio líquido.
Cientistas não sabem como um mar de nitrogênio líquido subterrâneo pode existir, mas as condições profundas de pressão e temperatura teriam permitido à substância sólida derreter.
Atmosfera estável.
A atmosfera de plutão é bastante alta, com cerca de 150 quilômetros de altitude, mas sua pressão, de 10 microbars, é menor do que se imaginava.
Neblina.
O tom azulado da atmosfera de Plutão se deve a uma espécie de neblina, que a sonda revelou tirando uma foto do planeta-anão com a luz do Sol incidindo por trás. Substâncias como acetileno e etileno estariam se formando por interação de moléculas mais simples, alimentadas por radiação ultravioleta e raios cósmicos.
Lua ativa.
Caronte, a maior das cinco luas de Plutão, com massa equivalente a 11,6% do planeta, também exibe atividade tectônica e possui composição de superfície diferenciada.
Luas rodopiantes.
Nix e Hidra, duas luas menores de Plutão, têm órbitas inclinadas e giram extremamente rápido, sugerem os dados da New Horizons.