Terça-feira, 06 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 28 de agosto de 2022
O banco central da China intensificou a pressão sobre as instituições financeiras com novas instruções para elevação do volume de empréstimos, disseram seis banqueiros com conhecimento do assunto.
A mensagem informal, emitida por telefone nos últimos meses para bancos comerciais, rurais e até estrangeiros, é emprestar mais dinheiro a empresas produtivas e colocar menos recursos em investimentos financeiros, disseram as fontes.
As ligações, segundo as fontes, vieram do Banco Popular da China (PBOC) e, em um caso, da Comissão Reguladora de Bancos e Seguros da China (CBIRC).
“O objetivo é incentivar os bancos a conceder mais empréstimos e colocar um piso como suporte da economia real”, disse uma das fontes. “Se você não empresta, você não pode investir.”
O PBOC não comentou. O CBIRC, regulador bancário da China, não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários.
Três das fontes disseram que os bancos receberam uma nova exigência por meio de telefonemas para garantir que o crescimento dos empréstimos superasse os investimentos financeiros.
Outra fonte, de um banco rural, disse que seu banco foi incentivado a emprestar para pequenas empresas que sofreram o impacto de consumo mais lento e confiança em queda.
Há ainda banqueiros que receberam cotas de empréstimos mais altas pelo regulador bancário e pelo banco central, ou foram instruídos a registrar crescimento de empréstimos ano a ano em todos os meses após maio, disseram as pessoas.
Tais diretrizes informais não são novas, mas desta vez envolvem uma gama mais ampla e um maior número de bancos, de acordo com as fontes.
O valor do financiamento social total, uma medida ampla de crédito e liquidez na economia, atingiu o menor nível em seis anos em julho. No mesmo mês, os empréstimos domésticos pendentes de bancos e outras instituições financeiras depositárias cresceram 11% em relação ao ano anterior, o que foi ofuscado por um aumento de 17% nos investimentos em carteira de títulos, segundo dados mais recentes do banco central.
Redução de taxas
No início da última semana a China cortou sua taxa de empréstimo básica e reduziu a referência para hipotecas, depois de já ter adotado medidas de flexibilização, uma vez que Pequim amplia os esforços para reavivar a economia.
O Banco do Povo da China enfrenta um equilíbrio complicado em seus esforços para reavivar o crescimento. Oferecer muito estímulo poderia aumentar as pressões inflacionárias e a fuga de capital de risco, já que o Federal Reserve e outras economias aumentam as taxas de juros agressivamente.
A taxa de empréstimo primária de um ano (LPR) foi reduzida em 5 pontos base, para 3,65%, na fixação mensal do banco central, enquanto a LPR de cinco anos foi cortada em 15 pontos, para 4,30%.