Domingo, 08 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 24 de março de 2023
Moro citou que o próprio ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, divulgou detalhes da operação
Foto: Agência SenadoO senador Sergio Moro (União Brasil-PR) afirmou em entrevista à CNN que se acontecer algo com ele ou com a família dele, a responsabilidade estará nas costas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A fala foi uma resposta do ex-juiz à declaração do chefe do Executivo de que a operação da Polícia Federal que desbaratou um plano do PCC para matar o ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro e outras autoridades seria mais uma armação do parlamentar.
“Se acontecer alguma coisa com a minha família, a responsabilidade está nas costas desse presidente da República. Por fazer pouco caso, por rir da ameaça e dessa forma incentivar a violência contra mim e contra a minha família”, afirmou o senador.
Flávio Dino
Moro citou que o próprio ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, divulgou detalhes da operação e questionou se Lula não se envergonhava da fala. “O senhor não tem decência? O senhor não tem vergonha com esse seu comportamento? O senhor não respeita a liturgia do cargo? O senhor não respeita o sofrimento de uma família inocente? O senhor não respeita o combate que os agentes da lei, e aqui eu me incluo, como ex-ministro da justiça e, antes, juiz, o combate que nós fizemos ao crime organizado”, disse Moro.
O senador também publicou um post nas redes sociais criticando Lula pela fala. “Senhor Presidente Lula, o senhor que dá risada da ameaça a um senador e a sua família pelo crime organizado, eu lhe pergunto, o senhor não tem decência?”, escreveu, no Twitter.
Lula
Na quinta-feira (23), durante visita ao Complexo Naval de Itaguaí, no Rio de Janeiro, Lula disse “ser visível” que o plano do PCC para assassinar Sérgio Moro é uma “armação”. O presidente disse, em meio a apoiadores, que irá “pesquisar e saber o ‘porquê’ da sentença. Até porque fiquei sabendo que a juíza não estava nem em atividade quando deu o parecer pra ele (Moro)”.
Operação Sequaz
Nove pessoas foram presas na manhã de quarta-feira, 22, na Operação Sequaz, que descobriu um plano do PCC para assassinar o ex-juiz federal Sérgio Moro e o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, além de outras autoridades. A motivação do plano seria a transferência de lideranças da facção para presídios federais.
O caso tomou grandes proporções e mergulhou em uma disputa de narrativas as esferas da polarização política do país. Aliados do governo e ministros vieram a público defender o presidente Lula, que disse, às vésperas da Operação Sequaz, que quando estava preso em Curitiba (PR) queria se vingar do senador Sérgio Moro.